S�o Paulo, 01 - Ap�s mais de um ano preso na Lava Jato, o doleiro Alberto Youssef aproveitou seu novo depoimento � Justi�a Federal no Paran� nesta ter�a-feira, 31, para fazer um "desabafo". "Na verdade eu n�o sou s� doleiro, sempre tive atividade l�cita que era ter empresa, dar empregos, pagar impostos, e isso � o que eu sempre fiz", afirmou o doleiro ao juiz S�rgio Moro, que conduz as a��es da Lava Jato.
Ele chegou ainda a citar o esc�ndalo do Banestado, no qual tamb�m atuou como doleiro, para justificar seu argumento. "Eu podia muito bem ter ficado com aquele dinheiro do (esc�ndalo do) Banestado e ter ficado em casa, mas n�o, preferi investir esse dinheiro no mercado e correr o risco que o empres�rio corre no Pa�s hoje em montar empresa, dar emprego e pagar impostos", continuou o doleiro que foi logo interrompido pelo juiz: "T� bom n� senhor Alberto, mas o senhor se envolveu depois nestes epis�dios a� da Petrobras tamb�m". "Infelizmente excel�ncia, infelizmente", respondeu Youssef com um leve sorriso no rosto.
Moro, que condenou Youssef no caso Banestado - esc�ndalo de lavagem de US$ 30 bilh�es no banco do Estado do Paran� na d�cada de 1990 - e j� o chamou de "criminoso profissional" em uma senten�a dada no ano passado, se mostra incr�dulo com a vers�o.
O "desabafo" do doleiro, e o consequente di�logo dele com Moro, come�ou ap�s o juiz indagar Youssef sobre o dinheiro lavado no exterior que ele aplicou em sua empresa GFD Investimentos. Diferente de outras companhias apenas de fachada utilizadas por Youssef, esta empresa foi criada para que ele realizasse investimentos em diversas �reas, como o setor hoteleiro no qual ele adquiriu v�rios empreendimentos, e tamb�m "esquentasse" o dinheiro de origem il�cita.
A GFD foi criada depois da sa�da de Youssef da pris�o em 2004, ap�s ele ser detido pela primeira vez no caso Banestado, em 2003, e ter firmado um acordo de dela��o premiada. Ao ser pego novamente na Lava Jato, Youssef perdeu as garantias que ele possu�a na primeira dela��o, e quatro a��es contra ele do Banestado que estavam paradas voltaram a tramitar na Justi�a Federal no Paran�. No ano passado ele foi condenado a 4 anos e 4 meses de pris�o em uma delas, na qual ele era acusado de pagar propina para conseguir empr�stimo de US$ 1,5 milh�o no Banestado para o caixa 2 de campanha do ent�o candidato ao governo do Paran� Jaime Lerner (DEM), em 1998.
Atualmente, Youssef est� preso em car�ter preventivo e poder� ficar no m�ximo cinco anos presos como parte das 23 cl�usulas de seu acordo firmado com o Minist�rio P�blico Federal, que prev� ainda que ele devolva suas propriedades e participa��es que possui em empresas.