Bras�lia, 06 - Quarenta dias e 12 sess�es ap�s sua instala��o, no fim de fevereiro, a CPI da Petrobr�s na C�mara ainda n�o teve acesso a nenhum documento sigiloso que solicitou e os depoimentos coletados at� agora pouco acrescentaram � investiga��o. Os requerimentos foram aprovados no dia 5 de mar�o, mas tudo que chegou at� o momento s�o documentos do Senado que j� eram p�blicos. A lista de convocados incluiu um depoente que se manteve calado, o ex-diretor da estatal Renato Duque, e outra que falou aos parlamentares pela quinta vez, a ex-presidente Gra�a Foster.
Para dar � CPI acesso aos cerca de 115 documentos sigilosos que est�o em seu poder, o Senado exigiu que fossem apresentados pedidos individuais. Segundo a reportagem apurou, os of�cios est�o prontos a espera da assinatura do presidente da CPI, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), que viajou � It�lia na semana passada e s� deve retornar a Bras�lia nessa ter�a-feira, 7.
A comiss�o tamb�m pediu acesso a documentos da Opera��o Lava Jato que est�o na 13� Vara Federal Criminal de Curitiba. O juiz S�rgio Moro, respons�vel por investigar o esquema de corrup��o na Petrobr�s, exigiu que a C�mara apresentasse um advogado respons�vel pelo material. Apenas nos �ltimos dias foram destacados oito consultores da assessoria jur�dica da C�mara. Um deles ser� designado para a miss�o de acessar os documentos confidencias.
Como o volume de pap�is � considerado muito grande, e seria invi�vel transport�-los de Curitiba a Bras�lia, a CPI ainda discute com o centro de inform�tica da C�mara como ser� feita de forma segura a transmiss�o das informa��es.
"Quanto mais retardar (o envio dos documentos), evidentemente que pode significar atraso na investiga��o. Mas, se voc� olhar rigorosamente, a CPI tem um m�s, � um per�odo muito curto", afirmou o primeiro vice-presidente da CPI, Ant�nio Imbassahy (PSDB-BA), apesar de considerar ter havido apenas uma "demorazinha de alguns dias".
Depoimentos
Desde que foi instalada, a CPI j� ouviu depoimento de cinco pessoas convocadas pelos deputados, al�m do presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), investigado pela Opera��o Lava Jato que se apresentou voluntariamente e foi alvo de desagravos. No entanto, apenas o ex-gerente de Servi�os da Petrobras Pedro Barusco apresentou dados novos relevantes. O ex-gerente disse ter providenciado US$ 300 mil para a campanha da presidente Dilma Rousseff em 2010.
"Em mais de um m�s, a CPI n�o produziu fatos relevantes e n�o fez as escolhas acertadas para ouvir as pessoas. Estou muito insatisfeito", afirmou Ivan Valente (PSOL-SP), integrante da comiss�o.
Na tarde de amanh�, os deputados ouvir�o o novo diretor de G�s e Energia da estatal, Hugo Repsold J�nior. Os integrantes da CPI esperam que ele fale sobre a constitui��o e a opera��o irregulares de empresas subsidi�rias e sociedades de prop�sito espec�fico da Petrobras.
Na quinta-feira, 9, o tesoureiro do PT, Jo�o Vaccari Neto, ser� ouvido. No entanto, deputados da oposi��o preveem que o m�ximo que conseguir�o ser� aumentar o desgaste da imagem do Partido dos Trabalhadores. Eles n�o acreditam que Vaccari trar� novidades.