O presidente do PSDB de Minas, deputado Marcus Pestana, disse nesta segunda-feira, que presidente nacional do partido, senador A�cio Neves, vai convidar nos pr�ximos dias os movimentos que lideram as manifesta��es contra o governo Dilma para uma conversa. "� para entender. 'Vem pra Rua, qual sua vis�o do Brasil? Movimento Brasil Livre, o que voc� quer da gente? Como est� vendo o futuro do Brasil?'", explica o deputado.
Segundo o relato do deputado mineiro, pela caracter�stica difusa dos movimentos, A�cio tentar� uma aproxima��o cautelosa. Pestana lembrou que alguns dos movimentos n�o querem a participa��o de partidos e de pol�ticos. "Como voc� vai tomar caf� na casa de algu�m que n�o te convidou?", questiona o deputado antes de completar: "O passo que temos que dar agora, as oposi��es, � um di�logo com esses movimentos para clarear isso. Nos querem l�?", disse.
Pestana disse que foi ao protesto de ontem em Belo Horizonte, mas defendeu a op��o do presidente nacional do PSDB, que mais uma vez convocou os manifestantes mas n�o foi �s ruas. "O A�cio n�o estava porque a situa��o dele � muito singular. Ele � o estu�rio e �, possivelmente, o herdeiro desta situa��o. Ele n�o quer que pare�a oportunismo", defendeu Pestana, um dos pol�ticos mineiros mais pr�ximos de A�cio. "Cada bobagem que a Dilma faz cai no colo dele por gravidade", completou o tucano.
O deputado mineiro negou que A�cio tenha deixado de ir �s manifesta��es por medo de ser vaiado. "A reflex�o pol�tica dele � que a presen�a dele pode dar argumento aos nossos advers�rios de que h� um terceiro turno", disse Pestana, antes de listar os perigos da participa��o do tucano nos protestos. "Imagina se o A�cio vai num movimento difuso e o cara pede um selfie com a camisa pedindo a volta dos militares. A� o PT faz uma festa. Tudo � mais complexo do que parece", afirmou Pestana, que disse que A�cio considerou participar dos protestos, mas desistiu.
Interven��o militar
Pestana, disse hoje, ao comentar sobre os grupos que pedem interven��o militar nas manifesta��es, que o PSDB n�o vai "patrocinar nenhuma aventura autorit�ria". Sobre as cr�ticas que o PSDB vem recebendo de manifestantes, que cobram uma oposi��o mais incisiva dos tucanos ao governo federal, Pestana se defendeu dizendo que o partido tem feito seu papel no Congresso impondo derrotas ao governo, como no caso da terceiriza��o.
"H� um expectativa nas ruas de uma acelera��o. Se fosse no parlamentarismo, o gabinete Dilma j� teria ca�do. Mas n�s n�o patrocinaremos nenhuma aventura autorit�ria ou retorno ao passado. Temos um compromisso radical com a democracia", disse Pestana.
Fiat Elba
Ao falar sobre a possibilidade de impeachment da presidente Dilma Rousseff, Pestana foi cauteloso e disse que n�o h� subst�ncia jur�dica ou provas "densas, substantivas ou inequ�vocas" do envolvimento da presidente com corrup��o. Na vis�o do deputado, o impeachment n�o pode ser um "ponto de partida" das manifesta��es, mas uma possibilidade de chegada para as investiga��es. "Quem vai dar o tom e o ritmo (das investiga��es) � a opera��o Lava Jato e a CPI da Petrobras".
O deputado disse que h� apoio social para o impedimento, mas faltam apoio congressual e "a Elba do Collor", numa alus�o ao carro comprado com cheque-fantasma que derrubou Fernando Collor de Mello. "Um processo de impeachment teria que ter, para come�o de conversa, um apoio do PMDB".