Bras�lia – O Minist�rio da Sa�de indicou que ocorreram fora da pasta e sem anota��o na agenda oficial as reuni�es do ex-titular Alexandre Padilha para tratar de parcerias com o laborat�rio Labogen com o ex-deputado Andr� Vargas (ex-PT-PR). A empresa e o ex-parlamentar s�o investigados na Opera��o Lava-Jato. “N�o posso fazer men��o em uma nota t�cnica ou em sindic�ncia de reuni�es que tenham sido tratados fora da agenda p�blica de trabalho”, comentou o ministro da Sa�de, Arthur Chioro, em entrevista coletiva nessa segunda-feira (13) � noite. Ele fez as afirma��es com o objetivo de negar a acusa��o do juiz S�rgio Moro, segundo a qual a pasta omitiu a participa��o de Padilha nas negocia��es. “N�o consta da agenda de trabalho, da nossa atividade de reuni�es, este evento. Por isso que ela n�o consta da nota t�cnica”, disse Chioro.
Padilha admitiu ter recebido o ex-deputado Andr� Vargas (ex-PT-PR), mas nunca indicou onde foram esses encontros. Nessa segunda-feira � noite, o sucessor dele na pasta afirmou que todas as informa��es oficiais sobre audi�ncias envolvendo o Labogen foram repassadas � Pol�cia Federal, ao Minist�rio da Justi�a, a S�rgio Moro e � Controladoria Geral da Uni�o (CGU). Chioro citou “todos os eventos formais”, realizados entre t�cnicos e dirigentes do Minist�rio da Sa�de com o Labogen e os laborat�rios da Marinha e EMS, parceiros na tentativa de produ��o de um medicamento. Foram repassadas agendas, trocas de e-mail e atas de reuni�es para a Justi�a.
Em despacho que determinou a pris�o do ex-deputado acusado de receber vantagens em contratos com a Sa�de e a Caixa Econ�mica, o juiz diz que o �rg�o comandado por Chioro omitiu fatos em rela��o a Padilha. No caso da Labogen, a suspeita � que Vargas atuou para favorecer a empresa, aliada ao doleiro Alberto Youssef, apesar de a parceria ter sido cancelada depois de estourar a Lava-Jato.
Debates �ticos
O atual ministro disse que n�o recebe parlamentares em audi�ncias fora da agenda. Afirmou que isso n�o � usual. Recentemente, o ministro da Justi�a, Jos� Eduardo Cardozo, encontrou-se com advogados, mas n�o registrou no site da pasta o assunto tratado e o cliente que eles representavam: a Odebrecht, investigada na Opera��o Lava-Jato. Um outro encontro com advogado de empreiteiras nem sequer foi mencionado, mas o ministro afirma que foi apenas um cumprimento na antessala de seu gabinete. Ambas as situa��es causaram debates �ticos no Congresso.
O doleiro Alberto Youssef afirmou que o encontro de Padilha com Vargas aconteceu no apartamento funcional do ent�o deputado. O doleiro diz que estava presente com s�cios do laborat�rio suspeito e com o ex-deputado C�ndido Vaccarezza (PT-SP).
Nessa segunda-feira, Vaccarezza negou mais uma vez ter participado da reuni�o. “N�o falei com uma pessoa sequer no minist�rio sobre o Labogen”, afirmou o ex-deputado, que � investigado em outro inqu�rito, que corre no Supremo Tribunal Federal, por envolvimento na Lava-Jato. Vaccarezza disse que “n�o lembra” se Vargas algum dia tratou com ele ou comentou sobre a situa��o do Labogen.
O doleiro Alberto Youssef disse que se reuniu, no apartamento funcional do ent�o deputado Andr� Vargas, com ele, com o ent�o ministro Padilha, com o ent�o deputado C�ndido Vaccarezza para tratar do Labogen
A assessoria de Padilha n�o prestou esclarecimentos ao Estado de Minas at� o fechamento desta edi��o. Em 12 de mar�o, o ex-ministro e secret�rio de Rela��es Governamentais da prefeitura de S�o Paulo negou a vers�o de Youssef sobre o encontro no apartamento. Ele disse ao jornal O Globo que “n�o tem registro de qualquer encontro ou evento na casa do ent�o vice-presidente da C�mara dos Deputados, Andr� Vargas, cujo objetivo espec�fico tenha sido tratar do tema questionado”.
Padilha admitiu o encontro mais uma vez, como fizera em abril do ano passado na TV Cultura, mas n�o informou o local da reuni�o. “O ex-ministro, por dever do cargo e quando convidado, participou de encontros e eventos com parlamentares”, disse a nota de 12 de mar�o. Ele ainda afirmou que cumpria “miss�o institucional” ao tratar de propostas de parcerias ao receber propostas de produ��o de medicamentos. Em abril de 2014, Padilha disse que encaminhou as propostas “tecnicamente”.