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Estado de Minas

Pimentel usa discurso do 21 de abril para criticar opositores de Dilma

Sem fazer refer�ncias aos dias de hoje, Pimentel lembra a hist�ria de Tiradentes para criticar o que chamou de 'conveni�ncia pol�tica moment�nea e desequilibrada', que provoca injusti�as


postado em 22/04/2015 06:00 / atualizado em 22/04/2015 07:26

Fl�via Ayer, Isabella Souto e Juliana Cipriani
Enviadas especiais


"Antes de tudo, acima de tudo, estamos aqui homenageando um injusti�ado. Um brasileiro, um mineiro, que foi v�tima da opress�o, da m�o pesada e cruel daqueles que - deixando a justi�a de lado - praticaram a viol�ncia sob a capa da legalidade", Fernando Pimentel (PT), governador (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)

Ouro Preto – O governador Fernando Pimentel (PT) usou o discurso na cerim�nia do 21 de abril, nessa ter�a-feira, em Ouro Preto, para o que pode ser entendido tamb�m como uma defesa da presidente Dilma Rousseff (PT). Diante do contexto atual, as palavras dele sobre Tiradentes, o m�rtir da Inconfid�ncia Mineira, soaram como met�fora em defesa da sua companheira de partido – alvo de protestos populares e de opositores que pedem o seu impeachment. O petista alertou para o perigo de se cometer uma injusti�a em nome da “conveni�ncia pol�tica”. Ao longo de todo o seu discurso, ele foi vaiado pelos manifestantes na Pra�a Tiradentes.

“A conveni�ncia pol�tica – moment�nea, apaixonada, desequilibrada, viciada pelos impulsos mesquinhos – n�o patrocina a justi�a. Ao contr�rio, � a irm� do arb�trio e a m�e da injusti�a. Tiradentes � exemplo disso”, afirmou. Pimentel pediu que o p�blico pensasse na dimens�o humana de Tiradentes. “Antes de tudo, acima de tudo, estamos aqui homenageando um injusti�ado. Um brasileiro, um mineiro, que foi v�tima da opress�o, da m�o pesada e cruel daqueles que – deixando a justi�a de lado – praticaram a viol�ncia sob a capa da legalidade”, afirmou.

Ao falar da forma como Tiradentes foi julgado, morto e “submetido ao bisonho teatro das conveni�ncias pol�ticas de ent�o”, o petista ressaltou que a hist�ria transformou o r�u em m�rtir. “Os justiceiros passam, mas a injusti�a � para sempre. Algu�m se lembra do nome do executor da senten�a contra Tiradentes?”, questionou, emendando que quem vive at� hoje na mem�ria popular � o r�u. “Tiradentes, o her�i nacional, terminou a vida no cadafalso, mas permanece vivo na mem�ria. Seus acusadores pereceram no esquecimento e s�o nota de p� de p�gina no livro da hist�ria”, completou.

Apesar de ter sido o principal homenageado, o ministro Ricardo Lewandowski não discursou na cerimônia(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Apesar de ter sido o principal homenageado, o ministro Ricardo Lewandowski n�o discursou na cerim�nia (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)

Um dos principais aliados de Dilma, o governador de Minas fez o discurso em meio a v�rios protestos contra a pol�tica da presidente e quando parte da oposi��o come�a a falar em retir�-la do poder. Nos dias 15 de mar�o e 12 de abril, milhares de brasileiros foram �s ruas se manifestar contra o governo da petista e a corrup��o. Na entrevista depois da cerim�nia, Pimentel negou que o discurso tenha sido inspirado na companheira de partido – Dilma, ali�s, chegou a ser convidada a participar mas, segundo a assessoria do governo, n�o p�de comparecer por “motivo de agenda”.

Apesar da negativa, ao ser questionado sobre um eventual pedido de impeachment da petista, Pimentel saiu em defesa de Dilma usando como exemplo o m�rtir da Inconfid�ncia . “N�o tem cabimento, n�o tem fundamento jur�dico. N�s estamos comemorando Tiradentes. Fiz quest�o de lembrar o exemplo hist�rico. Vamos perseguir a liberdade atrav�s da justi�a serena, segura e isenta”, finalizou.

Pimentel exaltou o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, que recebeu a maior honraria da cerim�nia, o Grande Colar. No julgamento do mensal�o, o ministro teve embates memor�veis com o ent�o presidente do STF, o ex-ministro Joaquim Barbosa, relator do processo, e votou contra a condena��o de petistas, como o ex-ministro Jos� Dirceu. “O ministro Lewandowski j� se mostrou fiel � mais sublime e nobre miss�o de um magistrado: ter a coragem de ir contra os aparentes consensos, guiado apenas pela solit�ria e genu�na convic��o da inoc�ncia ou da culpa, mas sem se deixar intimidar pelos clamores de um, de outro, ou de qualquer lado”, afirmou Pimentel.

Tradicionalmente, o homenageado com o Grande Colar � quem ocupa a posi��o de orador na cerim�nia. Segundo Pimentel, o ministro abriu m�o desse papel. Lewandowski n�o deu entrevista.

 

St�dile critica Dilma

Um dos homenageados mais controversos nessa ter�a-feira na cerim�nia de entrega da Medalha da Inconfid�ncia, o presidente do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Jo�o Pedro St�dile, n�o poupou cr�ticas � presidente Dilma Rousseff (PT). Minutos depois de ser agraciado pelo governador Fernando Pimentel (PT), ele disse que o mineiro acerta, mas a “tia Dilma erra muito”, e criticou a “pol�tica burra” do super�vit prim�rio. Ainda assim, afirmou que o movimento est� disposto a ir �s ruas contra o que chamou de “um poss�vel golpe”. Para St�dile, Dilma errou ao nomear para ministro da Fazenda Joaquim Levy, a quem considera um “infiltrado” dos banqueiros. Ele tamb�m criticou o ajuste fiscal anunciado pela petista. Segundo ele, as medidas foram neoliberais e contra os trabalhadores. “O governo tem que abandonar essa pol�tica burra do super�vit prim�rio. Primeiro tem que garantir dinheiro p�blico para os investimentos na educa��o, sa�de e reforma agr�ria e o que sobra botar para o pagamento de juros da d�vida”, afirmou. Segundo St�dile, o governo est� fazendo exatamente o contr�rio. Sobre as muitas cr�ticas que sofreu nas redes sociais por ser homenageado com a medalha, St�dile disse n�o se sentir molestado. “Faz parte da democracia. Cada um pode opinar sobre qualquer coisa, sobre futebol, samba, comida mineira e a medalha da Inconfid�ncia”, afirmou.


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