S�o Paulo, 23 - A mais recente edi��o da revista inglesa
The Economist
traz um artigo cr�tico sobre a gest�o da presidente Dilma Rousseff, classificando a petista como "O Fantasma do Planalto". O texto fala das recentes manifesta��es de rua contra a presidente e o PT, frisando que os que foram para as vias p�blicas j� ganharam mais do que imaginam, pois em menos de quatro meses ap�s o in�cio de seu segundo mandato consecutivo Dilma continua em seu cargo, mas para muitos efeitos pr�ticos, n�o est� mais no poder.
Quem comanda a economia � o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e o PMDB det�m as r�deas da pol�tica. Al�m disso, o seu partido, o PT, n�o toma mais as decis�es em Bras�lia. O texto destaca as dificuldades de Dilma se manter no poder, citando que a incendi�ria combina��o da deteriora��o da economia com o grande esc�ndalo de corrup��o na Petrobras contribuiu para derrubar seu �ndice de popularidade.
E lembra a pesquisa Datafolha, divulgada no dia 11 de abril, na qual 63% dos entrevistados se dizem favor�veis ao impeachment da presidente. Ao falar sobre o tema, a revista diz que a oposi��o busca pareceres jur�dicos para saber se ela pode ser acusada em raz�o do esc�ndalo da Petrobras ou pela viola��o da Lei de Responsabilidade Fiscal.
O texto diz que a situa��o atual � um grande rev�s para o PT, que durante anos dominou a pol�tica brasileira gra�as ao ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva. E que o mais dram�tico "nessa hemorragia do poder presidencial" � que Dilma tem ainda pela frente quase quatro anos de mandato.
"Nesse tempo a economia vai certamente piorar antes de melhorar", diz a publica��o, indagando se ela sobreviver�. Em outro trecho, o artigo faz um contraponto de que como ex-guerrilheira que j� sobreviveu � tortura, dificilmente pode-se esperar que Dilma renuncie.
Apesar das duras cr�ticas, a revista diz que o ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso, classificado de l�der intelectual da oposi��o, tem raz�o ao advertir que o impeachment neste momento seria uma temeridade. E argumenta que os movimentos sociais, por tr�s dos protestos de rua, poderiam gastar o seu tempo nos pr�ximos tr�s anos promovendo a reforma pol�tica, pressionando a Justi�a para punir os respons�veis no caso do petrol�o e reinventando a moribunda oposi��o. No final do texto, a
The Economist
questiona se Dilma Rousseff, "quase sem amigos" e com um longo e desanimador trabalho pela frente ter� a coragem necess�ria para tentar recuperar o poder que perdeu.