“Acho isso perigos�ssimo. [O pensamento �nico] � uma outra forma de ditadura social, imposta desde quando crian�as”, declarou a ministra ao participar, hoje (4), em Bras�lia, do 7º F�rum de Liberdade de Imprensa e Democracia, organizado pela revista Imprensa.
Defensora da capacidade de a imprensa regular a si pr�pria sem a necessidade de leis que possam restringir a liberdade dos ve�culos de comunica��o informarem os cidad�os sobre qualquer tema, a ministra argumentou que cabe � m�dia abarcar a diversidade de pensamento e da realidade brasileira. Ao lembrar que a liberdade de imprensa diz respeito n�o s� � garantia do direito de cada pessoa se informar sobre o que acontece na sociedade, mas tamb�m a uma das mais importantes manifesta��es do direito individual mais amplo que � a liberdade de express�o, C�rmen L�cia declarou que compete aos jornalistas discutir a eventual necessidade de ajustes que garantam que a m�dia seja plural e democr�tica.
“Como cidad�os, os jornalistas t�m o dever social e pol�tico de discutir, chegar a um consenso na categoria e fazer com que a discuss�o chegue � sociedade, fomentando o debate. S�o os jornalistas, como quem t�m mais informa��es sobre o of�cio, quem pode ver isso”, comentou C�rmen L�cia. Para a ministra, grupos de interesse de toda a natureza amea�am a liberdade de imprensa, e n�o s� o Estado. A pr�pria sociedade, ponderou ela, est� mais intolerante. “Temos tido, no Brasil, muitas situa��es de cerceamento da liberdade de imprensa. Vindas n�o apenas do Estado. Muitas vezes � da pr�pria sociedade – cada vez mais intolerante com o diferente. Tudo que seja contr�rio ao que a pessoa pensa, � visto como um ataque �ntimo e pessoal.”
“Pensar livremente � a primeira forma de nos posicionarmos como uma identidade humana. Isso � liberdade. Lutamos muito para abrirmos m�o do direito de cada um julgar o que � mais adequado para si apenas para ficar de acordo com o que os outros querem”, disse C�rmen L�cia.
A participa��o da ministra durante a abertura do f�rum, que se estender� por todo o dia, foi mediada pelo diretor-geral da Empresa Brasil de Comunica��o (EBC), Am�rico Martins, que destacou a import�ncia da complementaridade dos segmentos p�blico e privado na comunica��o – conforme estabelece a Constitui��o Federal. Vinculada � Secretaria de Comunica��o da Presid�ncia da Rep�blica, a EBC � uma empresa p�blica que tem sete emissoras de r�dio (Nacional FM Bras�lia, Nacional Rio AM, Nacional Alto Solim�es, Nacional Bras�lia AM, Nacional Amaz�nia, MEC FM – Rio, MEC AM - Rio), duas emissoras de televis�o (TV Brasil e TV Brasil Internacional), duas ag�ncias de not�cias (Ag�ncia Brasil e Radioag�ncia Nacional) e o Portal EBC, que integra os conte�dos de todos os ve�culos.
“� importante para qualquer pa�s ter um setor comercial [de comunica��o] muito forte – e o Brasil, felizmente, o tem. � uma das formas de se garantir a pluralidade. Mas tamb�m � fundamental que haja um setor estatal, atrav�s do qual o Estado e os poderes se comuniquem, e um setor p�blico tamb�m muito forte”, declarou Martins.