Curitiba e S�o Paulo, 06 - Dois ex-auxiliares de Alberto Youssef, personagem central da Opera��o Lava Jato, disseram em depoimentos nesta quarta-feira, 6, � Justi�a Federal no Paran�, que viram pol�ticos e empres�rios no escrit�rio do doleiro, em S�o Paulo. Segundo o advogado Carlos Alberto Pereira da Costa, ex-bra�o direito de Youssef, os ex-deputados Pedro Corr�a, Aline Corr�a e Jo�o Pizzolatti, todos do PP, estiveram no escrit�rio do doleiro. Enivaldo Quadrado, que diz ter sido "auxiliar de escrit�rio" de Youssef, afirmou ter visto no mesmo local Pedro Corr�a, Pizzolatti e tamb�m o ex-ministro de Cidades M�rio Negromonte (governo Dilma Rousseff), entre 2011 e 2012.
"Cheguei a v�-los com uma certa frequ�ncia no escrit�rio do Alberto na (avenida) S�o Gabriel (em S�o Paulo). Na GFD (outra empresa de fachada do doleiro), poucas vezes", afirmou Carlos Alberto da Costa. "O que me foi dito l� � que eles iam para receber dinheiro."
Youssef manteve dois escrit�rios em S�o Paulo at� 2013. Em um deles, no bairro dos Jardins, ficava a GFD Investimentos, empresa que emitia notas fiscais para contratos supostamente frios com grandes empreiteiras do Pa�s, para ocultar propina paga no esquema da Petrobr�s. Na avenida S�o Gabriel, no bairro do Itaim Bibi, ficava outro escrit�rio, onde o doleiro dava expediente e recebia pol�ticos e empreiteiros.
O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa afirma que o ex-deputado Pedro Corr�a (PE), condenado no Mensal�o, recebeu R$ 5,3 milh�es do esquema de corrup��o instalado na Petrobras e desbaratado pela Opera��o Lava Jato, para sua campanha eleitoral de 2010. Corr�a tamb�m foi citado por Youssef como um dos l�deres do PP que recebia repasses de R$ 250 mil a R$ 500 mil.
Aline Corr�a (PE) � filha de Pedro Corr�a. O doleiro afirma que a ex-deputada recebia de R$ 30 mil a R$ 150 mil por m�s da cota do PP, do esquema de propinas.
Pizzolati, ex-deputado por Santa Catarina, foi apontado pelo doleiro como um dos l�deres do PP que recebia repasses mensais que variavam de R$ 250 mil a R$ 500 mil em sua casa em Bras�lia ou em seu apartamento em Balne�rio Cambori� (SC). Youssef disse ainda ter repassado ao ex-deputado R$ 5,5 milh�es para sua campanha em 2010.
Quando seu nome foi citado pela primeira vez, Aline Corr�a negou envolvimento no esquema. Pedro Corr�a e Pizzolati tamb�m negam participa��o.
Enivaldo Quadrado, condenado a uma pena de 5 anos e 9 meses de pris�o no processo do mensal�o e denunciado pela pr�tica de 33 opera��es de lavagem de dinheiro no esquema Lava Jato, tamb�m dep�s � Justi�a Federal nesta quarta, 6, e confirmou que trabalhou para o doleiro Youssef na GFD Investimentos, entre 2010 e 2014. Ele disse que presenciou visitas dos ex-deputados Pedro Corr�a e Jo�o Pizzolati, ambos do PP ao escrit�rio de Youssef. Tamb�m viu por l� o ex-ministro do governo Dilma Rousseff (PT) M�rio Negromonte (Cidades).
"Eu via as reuni�es com pessoas importantes, os empres�rios, pol�ticos, muita gente entrando e saindo", disse Quadrado. O juiz S�rgio Moro, que conduz a Lava Jato, indagou: "Que pol�ticos o sr. via l�?". "Ah, o deputado Pizzolati, o seu Pedro Corr�a, o seu M�rio Negromonte algumas vezes", respondeu o ex-assessor de Youssef.
O juiz perguntou o que esses pol�ticos iam fazer no escrit�rio do doleiro. "Isso eu n�o sei, excel�ncia. As reuni�es eram a portas fechadas. Minha fun��o era essa de auxiliar de escrit�rio. Eu estava mais focado nas opera��es de Bolsa. Depois do processo do mensal�o eu fiquei completamente perdido."
"O fluxo de empres�rios era o dia inteiro e eu via bastante fluxo de dinheiro em esp�cie na GFD", declarou Enivaldo Quadrado. O juiz perguntou a Quadrado se ele conheceu o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. "Por algumas vezes eu o via l�. Eu tinha acompanhado pela imprensa que ele j� tinha sa�do da Petrobras, eu n�o sabia qual a rela��o dele (com o doleiro)."
O ex-ministro de Cidades tamb�m nega liga��es com o doleiro da Lava Jato.