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Estado de Minas

Acusados na Lava-Jato usaram membros da fam�lia para receber e ocultar propina

Irm�os do ex-deputado Andr� Vargas e dois filhos e a nora de Pedro Corr�a foram denunciados pelo Minist�rio P�blico


postado em 17/05/2015 18:01 / atualizado em 17/05/2015 18:21

As novas den�ncias apresentadas pelo Minist�rio P�blico Federal � Justi�a na quinta-feira, 14, contra os ex-deputados Andr� Vargas (ex-PT/PR) e Pedro Corr�a (PP-PE) atingiram o seio de suas fam�lias. Al�m dos pol�ticos, foram denunciados tamb�m os irm�os de Andr� Vargas e dois filhos e a nora de Pedro Corr�a.

"O envolvimento de fam�lia em esquema de lavagem de dinheiro n�o � um fen�meno recente, � algo que reconhecido como uma tipologia internacional de lavagem de dinheiro h� muito tempo. Familiares s�o escolhidos para fazer este tipo de tarefa, porque s�o pessoas de estreita confian�a dos criminosos, e eles podem acreditar e confiar que aquelas pessoas n�o v�o narrar estes crimes para frente, n�o v�o confessar e reconhecer contra sua vontade", explica o procurador Deltan Dallagnol, que integra a for�a tarefa da Lava-Jato.

Os ex-parlamentares s�o acusados de lavagem de dinheiro, corrup��o e peculato. Andr� Vargas � acusado tamb�m de organiza��o criminosa. Ele tem 51 anos e � o mais velho dos tr�s irm�os denunciados - Milton tem 49 anos e Leon, 47.

Segundo o Minist�rio P�blico Federal, entre 26 de outubro de 2010 e 2 de abril de 2014, ap�s a deflagra��o da Opera��o Lava-Jato, os tr�s irm�os, o publicit�rio Ricardo Hoffmann e outras pessoas n�o identificadas, "de modo consciente, volunt�rio, est�vel e em comunh�o de vontades, promoveram, constitu�ram e integraram, pessoalmente, uma organiza��o criminosa que tinha por finalidade a pr�tica de crimes de corrup��o ativa e passiva em face da Caixa Econ�mica Federal e do Minist�rio da Sa�de e a lavagem dos recursos financeiros auferidos desses crimes".

A Procuradoria aponta que, entre os meses de junho e dezembro de 2011, Andr� Vargas foi pessoalmente por quatro vezes ao escrit�rio do doleiro Alberto Youssef. Entre abril de 2013 e fevereiro de 2014, Leon Vargas visitou o local por 18 vezes. Milton Vargas esteve 6 vezes no escrit�rio de Youssef, entre maio de 2013 e novembro de 2013.

Personagem central da Lava-Jato, Alberto Youssef operava propina para o PP no esquema de corrup��o instalado na Petrobr�s e desbaratado pela for�a-tarefa de procuradores da Rep�blica e delegados da Pol�cia Federal. O PP, o PT e o PMDB s�o suspeitos de lotear diretorias da Petrobr�s para arrecadar entre 1% e 3% de propina em grandes contratos, mediante fraudes em licita��es e conluio de agentes p�blicos com empreiteiras organizadas em cartel.

Pedro Corr�a, de 67 anos, e a filha Aline Corr�a, de 42, teriam sido benefici�rios do esquema. Foram denunciados com eles outro filho de Pedro Corr�a, F�bio Corr�a de Oliveira Andrade Neto, de 43 anos, e M�rcia Danzi Russo Corr�a de Oliveira, 40, nora do ex-deputado.

"Por isso, inclusive, n�s vemos que das diversas pessoas que reconheceram a pr�tica dos crimes, mesmo pessoas envolvidas, como por exemplo o assessor parlamentar que trabalhava no gabinete, num esquema comum com outras pessoas familiares", afirma Deltan Dallagnol.

"Esse ex-assessor reconheceu a pr�tica dos crimes, enquanto os familiares n�o reconheceram. Essa � uma pr�tica que vem de longa data, muito comum."

O investigado a quem o procurador se refere � o ex-assessor parlamentar de Pedro Corr�a, Ivan Vernon, de 61 anos, tamb�m denunciado. Ele chegou a ser preso temporariamente em abril, na mesma data que foi pedida a pris�o do ex-deputado.

Na �poca das pris�es, a comerciante Vera L�cia Leite Sousa Shiba, dona de uma banca de jornal em Bras�lia, disse � Pol�cia Federal que a partir de 2006 trabalhou no gabinete de Pedro Corr�a. Em troca do emprego, ela afirmou que teve de fechar acordo com Ivan Vernon: repassava ao assessor de Pedro Corr�a metade de seus vencimentos.

"Al�m do recebimento de vantagens indevidas pessoalmente, Pedro Corr�a recebia a propina, no per�odo compreendido entre 14 de maio de 2004 e 17 de mar�o de 2014, por meio do comparecimento de emiss�rios ao escrit�rios de Alberto Youssef na cidade de S�o Paulo, entre eles F�bio Corr�a e M�rcia Danzi, em valores que giravam em torno de R$ 50 mil e R$ 200 mil por recebimento", diz a den�ncia do Minist�rio P�blico Federal.

"Os registros de entrada no escrit�rio de Alberto Youssef apontam que F�bio Corr�a realmente compareceu no local por pelo menos 33 vezes nas datas acima especificadas, para receber vantagens indevidas em nome de seu genitor", aponta a Procuradoria.

A den�ncia da Procuradoria revela que em 28 de setembro de 2012 Pedro Corr�a, por meio de F�bio Corr�a, recebeu a quantia de R$ 35 mil no escrit�rio de Youssef. Em 2 de outubro de 2012, o filho do ex-deputado teria recebido R$ 55 mil, e em 3 de outubro de 2012, R$ 35 mil.

"Em depoimento prestado em sede policial, Rafael �ngulo (entregador de dinheiro de Youssef e novo delator da Lava Jato) declarou que F�bio Corr�a foi v�rias vezes ao escrit�rio de Alberto Youssef receber valores em esp�cie de Pedro Corr�a. Relatou, em acr�scimo, que F�bio Corr�a apresentava contas para pagamentos e listas de pessoas f�sicas e jur�dicas para que fossem creditados valores, ai inclu�da a conta corrente do escrit�rio do pr�prio F�bio Corr�a e da empresa do cunhado Laudo Dalla Costa, a Dalla Costa Consultoria LTDA", afirma trecho da den�ncia.

Ouvido na Pol�cia Federal, F�bio Corr�a alegou que n�o se recordava de ter comparecido ao escrit�rio de Alberto Youssef em S�o Paulo, apesar de conhecer o doleiro. M�rcia Danzi afirmou que n�o conhecia o doleiro.

A advogada de Andr� Vargas n�o comentou a den�ncia contra o ex-deputado.

Ap�s a den�ncia do Minist�rio P�blico Federal, o advogado de Pedro Corr�a, Marcus Vin�cius Bernardes, afirmou que o ex-parlamentar 'vai prestar as declara��es dele, no momento oportuno, quando forem realizados os depoimentos dele na Pol�cia Federal e principalmente perante o ju�zo'.

"O deputado j� afirma que n�o far� nenhuma dela��o e nega qualquer tipo de acusa��o contra ele."

O escrit�rio Arns de Oliveira & Andreazza, que defende Ivan Vernon, informou que comentar� o caso na pr�xima semana.

Os advogados dos irm�os de Andr� Vargas e dos filhos e da nora de Pedro Corr�a n�o foram localizados.


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