
O Minist�rio P�blico Federal determinou uma s�rie de dilig�ncias para instruir investiga��o preliminar para apurar se o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva praticou tr�fico internacional de influ�ncia para beneficiar a construtora Odebrecht, um dos alvos da Opera��o Lava-Jato. Segundo despacho da procuradora Mirella de Carvalho Aguiar, o Instituto Lula dever� fornecer a agenda completa do ex-presidente ap�s deixar o Pal�cio do Planalto, entre 2011 e 2014, “ressaltando, em cada caso, se houve a apresenta��o de palestras e quem contratou e remunerou pelo servi�o e pelo deslocamento ao exterior”. A apura��o preliminar foi aberta em abril, a partir de reportagens – algumas revelaram fac-s�miles de documentos sigilosos sobre empr�stimos do BNDES � Odebrecht no exterior.
A Procuradoria da Rep�blica no Distrito Federal pedir� � Odebrecht todos os neg�cios que a maior empreiteira do Brasil fechou com Lula, ainda que por meio de outras empresas. Para cada palestra, a construtora dever� esclarecer “a pertin�ncia do investimento com os objetivos e pol�tica da empresa”. Mirella Aguiar pede o valor de cada confer�ncia e a forma de pagamento, al�m de custos de transporte e acomoda��es, ou despesas n�o-relacionadas a palestras. O MPF ainda quer c�pias de contratos com Lula ou com Taiguara Rodrigues dos Santos, que j� foi apontado como “sobrinho” do ex-presidente. Ela pede ainda � Odebrecht com quais governos estrangeiros a empreiteira tem contratos, e quais tiveram apoio financeiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES).
Mirella Aguiar ainda pede ao banco e ao Minist�rio do Desenvolvimento, Ind�stria e Com�rcio (MDIC) que informe documentos pr�-contratuais que efetivaram financiamentos que beneficiaram a empreiteira entre 2011 e 2014. A Procuradoria ainda pede que o Itamaraty forne�a todos os telegramas que tratem do ex-presidente, do BNDES, da empreiteira e de pa�ses como Cuba, Venezuela, Angola, Panam� e Rep�blica Dominicana.
Emails do Itamaraty revelados pela revista �poca mostram a a��o de embaixadora em casos de interesse da empreiteira. “O Itamaraty tem, entre as suas atribui��es, a atua��o em favor de empresas brasileiras no exterior”, responde o minist�rio, em nota � revista, endossada pelo Instituto Lula, que condenou a “criminaliza��o da atividade diplom�tica e do financiamento � exporta��o de servi�os pelo Brasil”. “Que fique bem claro: o ex-presidente faz palestras e n�o lobby ou consultoria”, respondeu a assessoria do instituto.
A Odebrecht diz manter rela��o “institucional” e “respeitosa” condizente com a “posi��o e import�ncia” de Lula. “Embora o financiamento do BNDES seja um importante diferencial na conquista de projetos internacionais, somente 7% da receita da Construtora Norberto Odebrecht � oriunda de projetos com esta estrutura de financiamento.”