Bras�lia, 20 - Um grupo suprapartid�rio de senadores lan�ou nesta quarta-feira, 20, um manifesto e anunciou que vai votar contrariamente �s duas primeiras medidas provis�rias (665 e 664) do ajuste fiscal. O grupo, formado principalmente por parlamentares da base aliada, cobrou a mudan�a na pol�tica econ�mica do governo Dilma Rousseff, mas n�o pediu a demiss�o do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, principal personagem do pacote.
A vota��o da MP 665, que restringe acesso ao seguro-desemprego e ao abono salarial, est� prevista para come�ar hoje e a MP 664, que trata da pens�o por morte, ser� analisada na pr�xima ter�a-feira, 26.
Os 11 parlamentares concordaram com um manifesto assinado por uma s�rie de personalidades, como o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, o ex-governador do Rio Grande do Sul Tarso Genro, o ex-presidente do Instituto de Pesquisa Econ�mica Aplicada (Ipea) no governo Lula, M�rcio Pochmann, e o presidente da CUT, Vagner Freitas, que defende que o ajuste fiscal � "recessivo" e que somente com o crescimento econ�mico haver� equil�brio fiscal e desenvolvimento.
O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) disse que os integrantes do grupo n�o v�o votar a favor de medidas que historicamente foram contr�rios, como a restri��o de direitos trabalhistas e previdenci�rios previstos nas medidas provis�rias. Questionado sobre se a demiss�o de Levy levaria � mudan�a na pol�tica econ�mica, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) n�o quis pedir a cabe�a dele, embora tenha destacado n�o acreditar que o ministro seja capaz de mudar a rota a condu��o da economia.
O senador Paulo Paim (PT-RS) afirmou que o grupo votar� contra as MPs e poderia at� voltar atr�s para conversar, caso Dilma se comprometesse em n�o vetar a proposta, contida na MP 664, que prop�e uma alternativa ao fim do fator previdenci�rio. "N�o � uma rebeli�o", disse, ao se mostrar disposto ao di�logo.
Subscreveram o manifesto, al�m dos senadores Randolfe Rodrigues, Lindbergh Farias e Paulo Paim, Roberto Requi�o (PMDB-PR), L�dice da Mata (PSB-BA), Jo�o Capiberibe (PSB-AP), Roberto Rocha (PSB-PA), Cristovam Buarque (PDT-DF), Marcelo Crivella (PRB-RJ) e H�lio Jos� (PSD-DF).
"Mudar o rumo da pol�tica econ�mica � colocar o crescimento como um aspecto central, porque os n�meros sinalizam uma desacelera��o muito forte da economia. Os investimentos do governo federal est�o parando. O desemprego cresce m�s ap�s m�s. A renda do trabalhador tamb�m est� em trajet�ria de queda. A arrecada��o do governo federal est� caindo", diz o documento.
O manifesto sustenta ainda que o ajuste fiscal apresentado pelo governo "trava" o Pa�s diante da possibilidade de uma nova fase de desenvolvimento e da constru��o de uma estrat�gia pol�tica. "Essa proposta de ajuste fiscal n�o combina com os novos desafios. Combina apenas com o passado. Portanto, quem quer dizer SIM ao desenvolvimento com justi�a social tem que dizer N�O ao arrocho fiscal, nos termos propostos pelo governo", afirma o manifesto, ao destacar que o Pa�s progrediu nos �ltimos 12 anos, mas a continuidade desse projeto depende de "retifica��es".