Bras�lia, 20 - Assim que assumir a 11� cadeira do Supremo Tribunal Federal (STF), o advogado Luiz Edson Fachin deve julgar um inqu�rito no qual o investigado � o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). O parlamentar foi um dos maiores obst�culos enfrentados pelo jurista no processo de aprova��o a que teve de se submeter no Congresso.
Fachin ir� herdar o acervo de cerca de 1.400 processos do gabinete antigo do presidente do Supremo, ministro Ricardo Lewandowski. Isto porque quando um integrante da Corte se torna presidente pode manter sob sua relatoria apenas os processos em que j� h� um voto pronto ou julgamento encaminhado.
N�o � o caso do inqu�rito sigiloso que apura se Renan Calheiros pagou despesas de um "relacionamento extraconjugal" com M�nica Veloso com dinheiro recebido de propina paga pela construtora Mendes Junior. O inqu�rito, que � sigiloso, est� sob relatoria de Lewandowski, mas ainda se encontra em fase de instru��o e dilig�ncias. A tend�ncia, portanto, � que o presidente da Corte deixe o caso para o novato.
Nos bastidores, Calheiros trabalhou pela derrota do indicado pela presidente Dilma Rousseff. Apesar disso, Fachin telefonou para o parlamentar nesta quarta-feira, 20, um dia ap�s ter sido aprovado pelo plen�rio do Senado. Na conversa, o advogado agradeceu pela forma como foi recebido pelos senadores e pelo tratamento "cort�s" recebido na sabatina - a mais longa da hist�ria da Comiss�o de Constitui��o e Justi�a (CCJ).
Durante cerca de um m�s, desde que teve indica��o confirmada pelo Planalto, Fachin fez um p�riplo pelos gabinetes de senadores. A todos entregou curr�culo e defendeu suas posi��es. No telefonema, Renan parabenizou o jurista pela aprova��o.
Quando chegar � Corte, o advogado dever� se preparar para outro desafio: o julgamento dos chamados planos econ�micos. O presidente do STF pretende levar o tema ao plen�rio assim que poss�vel. O julgamento, que preocupa o governo pelo impacto que pode causar no sistema financeiro, est� suspenso desde o ano passado por falta de qu�rum.
Na noite de ontem, ap�s a confirma��o da aprova��o do nome do jurista no plen�rio do Supremo, Fachin recebeu no hotel onde est� hospedado em Bras�lia a visita do presidente da Corte, Ricardo Lewandowski, e do ministro Gilmar Mendes. Os dois foram cumpriment�-lo.
O futuro ministro n�o teve apari��es p�blicas desde ent�o. Permaneceu no hotel atendendo liga��es de amigos e autoridades. Ele deve viajar nesta quinta-feira, 21, para Curitiba. A primeira conversa com a imprensa deve ficar restrita a ve�culos do Paran�.
O novo ministro Fachin deve tomar posse na Corte na segunda quinzena de junho. At� l�, o advogado paranaense ter� de definir com o cerimonial do Supremo quest�es sobre a cerim�nia, como a lista de convidados. A expectativa na Corte � de que a posse e o jantar de comemora��o - tradicionalmente oferecido por associa��es de magistrados - sejam discretos, uma das caracter�sticas do advogado.