
Ao lan�ar na tarde desta segunda-feira, 25, campanha de combate � corrup��o, o procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, voltou a se defender de ataques feitos por parlamentares que o acusam de conduzir as investiga��es da Opera��o Lava Jato de forma "pessoal". "Eu n�o procuro emprego. Eu tenho uma fun��o p�blica, a qual assumi por concurso p�blico e a exer�o h� 31 anos", disse o procurador-geral, que passar� por um processo para sua recondu��o ao cargo nos pr�ximos meses.
O mandato do procurador-geral se encerra em setembro e, para se manter no cargo, Janot precisar� passar por nova sabatina na Comiss�o de Constitui��o e Justi�a (CCJ) do Senado e ser aprovado pelo plen�rio da Casa. O procurador-geral mandou um recado a parlamentares atualmente investigados na Opera��o Lava Jato de que os trabalhos de combate � corrup��o ir�o continuar, independentemente de mudan�as na PGR.
"Se um colega n�o fizer, n�o se iludam, outro, com muito mais vaz�o, com muito mais for�a, o far�. Assim nos ordena a Constitui��o, a Rep�blica, a democracia", afirmou o procurador-geral.
Atualmente, 13 senadores s�o investigados perante o Supremo Tribunal Federal (STF), por solicita��o da PGR, por suposto envolvimento no esquema de corrup��o e propina envolvendo a Petrobras. Entre os investigados est� o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
O procurador-geral vem sofrendo ataques de parlamentares desde a divulga��o da lista de investigados. O presidente da C�mara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) o acusa de escolher de forma pessoal os investigados. O senador Fernando Collor (PTB-AL), investigado na Lava Jato, chamou Janot de "chantagista" na �ltima semana, ap�s a solicita��o de quebra de sigilo fiscal e banc�rio do parlamentar.
Nesta segunda-feira, Janot falou em atua��o "tranquila, profissional e impessoal" do Minist�rio P�blico "frente aos graves fatos de corrup��o de todos conhecidos". "Atua��o de todos os membros do Minist�rio P�blico brasileiro revela a unidade que nos marca, permitindo que atuemos de forma profissional e despersonalizada", disse Janot. Em nenhum momento o procurador-geral fez men��o direta aos ataques que tem sofrido.
Campanha
Ele lan�ou no Minist�rio P�blico Federal a campanha "Corrup��o, n�o", que re�ne 21 pa�ses integrantes da Associa��o Ibero-Americana de Minist�rios P�blicos (AIAMP). "A corrup��o n�o pode ser vista por n�s como algo cotidiano e que permeia as nossas vidas. Chegou a hora de dar um basta. � um n�o firme, corajoso", afirmou o procurador-geral. Janot defendeu ainda a aprova��o de uma reforma pol�tica.
Presente ao evento, o ministro da Justi�a, Jos� Eduardo Cardozo, afirmou que a campanha come�a a explorar a participa��o da sociedade no combate � corrup��o. "Combater a corrup��o exige um di�logo social em que se ataque a cultura vigente, que confunde o p�blico com o privado e que traz latente a ideia do 'rouba mas faz'", disse o ministro.