Bras�lia, 09 - Em entrevista � rede de not�cias alem� Deutsche Welle divulgada nesta ter�a-feira, 9, a presidente Dilma Rousseff disse que o Brasil jamais ser� um "poder regional com o porrete na m�o". O coment�rio foi feito por Dilma ao ser questionada se o Pal�cio do Planalto n�o deveria se posicionar de maneira mais contundente sobre a grave crise pol�tica na Venezuela.
"O mundo ficou muito acostumado com interven��es militares. Eu n�o creio que isso tenha levado � estabilidade das regi�es. O Brasil tem de ser uma ponte para o di�logo, para o entendimento, contra todos os processos de intoler�ncia. Obviamente, em rela��o a rupturas democr�ticas, n�s teremos sempre uma posi��o muito firme de rejei��o. N�s n�o aceitaremos rupturas democr�ticas, golpes na oposi��o ou golpes depondo governos", disse Dilma. A entrevista foi gravada na �ltima sexta-feira, 5, no Pal�cio do Planalto.
"N�s n�o seremos jamais um poder regional com o porrete na m�o. Para ser poder regional n�o precisa ser um interventor, voc� tem que ser capaz de entender as sociedades e lutar pelas transforma��es de uma forma que n�o seja a interven��o."
No m�s passado, a mulher do l�der opositor Leopoldo L�pez, Lilian Tintori, e a mulher do prefeito de Caracas, Mitzy Capriles Ledezma, estiveram em Bras�lia para tentar uma audi�ncia com a presidente Dilma Rousseff, mas acabaram sendo recebidas por um funcion�rio do Itamaraty. O prefeito de Caracas est� preso desde fevereiro, sob a acusa��o de "promover um golpe de Estado" contra o presidente Nicol�s Maduro.
Apesar de n�o ter aceitado receb�-las pessoalmente, Dilma encaminhou uma carta a Lilian e a Mitzy em que afirmava que iria "procurar incansavelmente uma solu��o para crise" da Venezuela. Na �poca, um auxiliar direto da presidente alegou que um eventual encontro de Dilma com Mitzy e Lilian poderia ser visto como uma "intromiss�o em assuntos internos" daquele pa�s.
Corrup��o
Sobre o esc�ndalo de corrup��o que atingiu a c�pula da Fifa, a presidente Dilma Rousseff afirmou estar "triste" com a pris�o do ex-presidente da Confedera��o Brasileira de Futebol (CBF) Jos� Maria Marin, mas ressaltou que o epis�dio � uma oportunidade para dar mais transpar�ncia � federa��o.
"O que eu acho � que, se isso servir para que a gente possa passar em revista uma radiografia da Fifa, transformar a Fifa num �rg�o mais transparente e que n�o deixe a menor fresta para corrup��o, vai ser uma grande conquista. Fico triste por um brasileiro estar preso, por�m, acho que, se ele tem qualquer responsabilidade, tem que responder pelo que fez", disse.
"Nossas rela��es foram bastante conflituosas com a Fifa. N�o tenho nenhuma queixa do senhor Blatter (presidente da Fifa, Joseph Blatter), que sempre teve um comportamento bem respeitoso em rela��o ao Brasil. O mesmo n�o digo de outras pessoas", afirmou a presidente, sem mencionar nomes.
Em mar�o de 2012, o Planalto ficou profundamente irritado com as declara��es do secret�rio-geral da Fifa, J�r�me Valcke, que criticou os atrasos nas obras da Copa do Mundo e chegou a afirmar que o Pa�s deveria receber um "chute no traseiro".