Bras�lia, 10 - Com a anu�ncia do presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deputados da bancada religiosa interromperam a vota��o de um dos itens da reforma pol�tica para protestar contra o que chamaram de "cenas blasfemas" praticadas durante a 19� Parada Gay de S�o Paulo, no �ltimo final de semana.
Empunhando cartazes com imagens da Parada Gay e de manifesta��es conhecidas como 'Marcha das Vadias' e 'Marcha da Maconha', os parlamentares se enfileiraram atr�s da Mesa Diretora presidida por Cunha, que � membro da Assembleia de Deus em Madureira, gritaram por diversas vezes a palavra "respeito" e rezaram em coro o "Pai Nosso".
O alvo dos parlamentares da bancada religiosa foi um ato realizado na Parada Gay, na qual, sob os dizeres "basta de homofobia GLBT", uma transsexual encenou estar sendo crucificada. Hoje, o l�der do PSD, Rog�rio Rosso (DF), que ficou conhecido por ter proposto no in�cio desta semana um projeto que torna crime hediondo o que o deputado chama de "cristofobia" (ultraje, impedimento ou perturba��o de cultos religiosos), disse que o "Pa�s assistiu cenas blasfemas". "Alguns manifestantes, ao fazer atos blasfemos de intoler�ncia religiosa, colocam o que existe de mais sagrado - a fam�lia - numa situa��o dif�cil". J� o deputado Jo�o Campos (PSDB-GO), quem em 2013 ficou famoso ao encampar o projeto da "cura gay", disse nesta noite que os "ativistas LGBT cometeram crime de profana��o contra o s�mbolo religioso".
Rea��o
O deputado Roberto Freire (SP), que � presidente do PPS, reagiu � manifesta��o religiosa ocorrida no Plen�rio da C�mara e destacou a laicidade do Estado. "N�s vivemos numa Rep�blica laica e n�o (se) pode transformar esse Plen�rio - at� para respeitar quem n�o tem profiss�o de f� religiosa - numa igreja. N�o pode ter aqui nenhuma reza", protestou, quando foi fortemente vaiado por outros deputados. "Respeitem a rep�blica laica brasileira", concluiu. A vota��o foi retomada na sequ�ncia.