O plano de oito senadores brasileiros de prestar solidariedade aos pol�ticos de oposi��o presos pelo governo de Nicol�s Maduro esbarrou em um bloqueio na via CCS-LaGuaira, que liga o Aeroporto Internacional de Maiquet�a a Caracas, capital da Venezuela. Pouco depois de deixar o aeroporto, os parlamentares foram surpreendidos e hostilizados por cerca de 200 manifestantes pr�-Maduro, que cercaram o microonibus em que seguiam viagem, jogaram pedras, chutaram a
lataria e gritaram “Ch�vez n�o morreu, se multiplicou” – segundo relato dos senadores nas redes sociais e em entrevista � imprensa local. Ap�s duas tentativas de seguir viagem, eles desistiram da miss�o diplom�tica no in�cio da noite e retornaram ao Brasil, com previs�o de chegada nesta sexta-feira pela manh�.Parlamentares brasileiros reagiram ao epis�dio e cobraram um posicionamento da presidente Dilma Rousseff. No final da noite, o Minist�rio das Rela��es Exteriores divulgou nota lamentando os “incidentes” e afirmou que s�o “inaceit�veis” atos hostis praticados por manifestantes. “� luz das tradicionais rela��es de amizade entre os dois pa�ses, o governo brasileiro solicitar� ao governo venezuelano, pelos canais diplom�ticos, os devidos esclarecimentos”, diz a nota.
Os senadores desembarcaram em um avi�o da For�a A�rea Brasileira (FAB) por volta das 14h – pelo hor�rio de Bras�lia. Depois de entrevistas, tomaram o microonibus que os levaria at� o pres�dio de Ramo Verde, nos arredores da capital Caracas, onde tentariam visitar o opositor Leopoldo L�pez, detido h� mais de um ano sob acusa��o de instigar protestos contra o presidente socialista Nicol�s Maduro e que nessa quinta-feira (18) completou 24 dias em greve de fome. “Manifestantes pr�-governo venezuelano est�o obstruindo toda a pista. � realmente uma petul�ncia e prepot�ncia. Pior que qualquer ditadura da �frica”, afirmou o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) em entrevista por telefone ao Estado de Minas.
A pol�cia local apresentou duas vers�es para o bloqueio: o traslado de um prisioneiro extraditado da Col�mbia e um acidente na pista. Por meio do Twitter, os brasileiros relataram o passo a passo da viagem. Segundo Caiado, o grupo foi recebido no aeroporto pelo embaixador Rui Pereira, que teria ido embora em seguida. “Agora estamos sendo agredidos e n�o tem representante do governo”, reclamou. Em nota, o governo alegou que o embaixador manteve contato telef�nico com os senadores durante toda a tarde e retornou ao aeroporto para se despedir deles.
“Estamos aqui para defender a democracia e at� agora o governo venezuelano tem demonstrado pouco apre�o por ela”, escreveu, na rede social, o senador A�cio Neves (PSDB-MG). Para o mineiro, a a��o de manifestantes foi uma agress�o. Na tentativa de voltar para o aeroporto, o grupo encontrou o terminal fechado.
Depois de quatro horas aguardando no terminal, os parlamentares foram em dire��o ao pres�dio Ramo Verde, mas encontraram obst�culos. “O t�nel que d� acesso ao pres�dio est� fechado. Motivo? Est� sendo lavado. Isso impediu, de novo, nossa viagem. Voltamos ao aeroporto”, informou no Twitter Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), presidente da Comiss�o de Rela��es Exteriores do Senado.
Dirigente da oposi��o venezuelana, Mar�a Corina Machado criticou: “Nunca na nossa hist�ria uma miss�o oficial havia sido tratada dessa maneira. � revoltante”, disse. Tamb�m estavam no grupo C�ssio Cunha Lima (PSDB-PB), Jos� Agripino (DEM-RN), Ricardo Ferra�o (PMDB-ES), Jos� Medeiros (PPS-MT) e S�rgio Petec�o (PSD-AC). Pelo Twitter, o l�der opositor do governo venezuelano e governador do estado de Miranda, Henrique Capriles, atribuiu a Maduro as dificuldades que os brasileiros enfrentaram. “Em nome do nosso povo pedimos desculpas � delega��o senadores”, escreveu.