O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa detalhou em depoimento prestado nessa ter�a-feira, 23, � Pol�cia Federal o pagamento de propina de US$ 5 milh�es por ano pela petroqu�mica Braskem - empresa que tem a Odebrecht como s�cia da Petrobras - intermediado pelo diretor demission�rio da Construtora Norberto Odebrecht Alexandrino Ramos de Alencar.
Alexandrino Alencar trabalhou na Braskem de 2002 a 2007, quando foi transferido para a holding da Odebrecht. At� a noite de anteontem, ele era diretor de Rela��es Institucionais da empreiteira. Ap�s a empreiteira confirmar a demiss�o do diretor, sua pris�o tempor�ria de cinco dias foi prorrogada por mais um dia pelo juiz S�rgio Moro - que conduz os processos da Lava Jato em Curitiba.
Segundo Costa, ele, Alexandrino Alencar e o ex-deputado Jos� Janene (morto em 2010) negociaram o pagamento das propinas da Braskem em um hotel na capital paulista. De acordo com o delator o esquema de propinas teria perdurado de 2006 a 2012 com a atua��o de Freiburghaus no exterior.
"Um percentual deste montante (propina) era destinado a sua pessoa (Paulo Roberto Costa), tendo recebido valores junto a suas contas mantidas na Su��a por meio do operador Bernardo Freiburghaus", relatou Costa no seu depoimento.
Freiburghaus, que mora na Su��a, � tratado pelos investigadores como pe�a-chave para a descoberta do suposto envolvimento da Odebrecht no esquema de cartel e corrup��o na Petrobras. Ele � considerado foragido pela for�a-tarefa e foi apontado por pelo menos tr�s delatores como o respons�vel pelas movimenta��es da empreiteira fora do Pa�s.
O pr�prio Alexandrino Alencar, em depoimento a investigadores anteontem, admitiu que tratou de doa��es da Braskem ao PP em encontros com Janene, o doleiro Alberto Youssef e Costa em hot�is de S�o Paulo. De acordo com o executivo, as "tratativas" foram interrompidas ap�s Janene ser citado no esc�ndalo do mensal�o, que veio � tona em 2005.
Alexandrino Alencar, contudo, nega que tenha tratado de propinas nas reuni�es. Ele afirmou que cuidava de doa��es eleitorais da empreiteira e admitiu que, a partir de 2007, participou de reuni�es na casa de Janene, em S�o Paulo, para "tratar de assuntos pol�ticos, inclusive quanto a quem a Odebrecht iria apoiar politicamente".
Ainda segundo o executivo, as doa��es ao PP e a "alguns candidatos", que ele n�o detalhou, em 2008 e 2010 foram definidas a partir desses encontros. O executivo j� admitiu que o "carregador de malas" de Youssef Rafael �ngulo Lopez foi � sede da Odebrecht umas "quatro ou cinco" vezes.
Com bom tr�nsito entre pol�ticos, Alexandrino Alencar chegou a acompanhar o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva em uma viagem � Am�rica Central e do Norte em 2013.
Em nota enviada na noite de ontem ao jornal O Estado de S. Paulo Alexandrino Alencar negou "ter intermediado qualquer tipo de pagamento a ex-dirigentes da Petrobras".
A Braskem afirmou que todos os contratos com a estatal foram aprovados de acordo com as regras de governan�a da empresa. Ressaltou que os pre�os da mat�ria-prima vendida pela estatal foram acima dos padr�es internacionais.