Bras�lia - A presidente Dilma Rousseff convocou nessa sexta-feira � noite, 26, reuni�o de emerg�ncia com ministros, no Pal�cio da Alvorada, e preparou a estrat�gia de defesa pol�tica para o agravamento da crise ap�s a dela��o premiada do dono da UTC, Ricardo Pessoa. O governo avalia que perdeu totalmente o controle da Opera��o Lava Jato, da Pol�cia Federal, e teme que a dela��o de Pessoa acirre o clima de confronto, mas guarda como muni��o os nomes de advers�rios citados pelo empres�rio.
No diagn�stico do governo, o depoimento de Pessoa � mais uma pedra no caminho de Dilma, joga luz sobre o financiamento das campanhas do PT e pode ressuscitar a bandeira do impeachment.
Se isso ocorrer, por�m, o Pal�cio do Planalto j� tem o roteiro tra�ado para o contra-ataque. Ministros v�o lembrar que o empres�rio apresentou uma lista “suprapartid�ria” de doa��es. De acordo com reportagem da revista Veja, Pessoa disse que tamb�m repassou recursos para campanhas dos senadores Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), Fernando Collor (PTB), Gim Argello (PTB), Edison Lob�o (PMDB), Ciro Nogueira (PP) e Benedito de Lira (PP), al�m de dinheiro para deputados de outros partidos.
Aloizio Mercadante �, hoje, o ministro mais forte de Dilma e Edinho foi o tesoureiro do comit� da reelei��o da presidente, no ano passado. Os dois garantem que as doa��es recebidas foram legais e registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas o governo admite n�o saber o que vem pela frente nas investiga��es.
A nova turbul�ncia ocorre num momento delicado, no auge do distanciamento entre Dilma, o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva e o PT. Al�m disso, o executivo Marcelo Odebrecht, dono da construtora Odebrecht e tamb�m preso, tem liga��es com Lula, o que provoca ainda mais apreens�o no Planalto.
“N�o h� sa�da individual. O problema n�o � o PT, n�o � a Dilma. O problema � que querem criminalizar o Lula e nos destruir”, disse o ex-presidente, falando na terceira pessoa. Lula estar� na segunda-feira em Bras�lia, para se reunir com deputados e senadores do PT.
O depoimento de Pessoa causou tanta tens�o no Planalto que, ao longo do dia, Dilma acionou v�rias vezes ministros e advogados. Pediu tamb�m para emiss�rios conversarem com a equipe do ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki, que homologou a dela��o premiada de Pessoa.
Nos bastidores, interlocutores da presidente compararam a nova crise a uma batalha sem fim. “� como se estiv�ssemos numa guerra e n�o consegu�ssemos nem contabilizar os mortos para enterrar”, disse um ministro ao Estado, sob a condi��o de anonimato.