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Estado de Minas

Pris�o de executivos da Odebrecht pode colocar em risco reposi��o de projetos


postado em 28/06/2015 10:19

S�o Paulo, 28 - A pris�o de alguns dos principais executivos da Odebrecht, incluindo o presidente Marcelo Odebrecht, pode colocar em risco a amplia��o e at� mesmo a reposi��o da carteira de projetos (backlog) da empresa de engenharia do grupo. Considerada a maior construtora da Am�rica Latina, com receita de R$ 33 bilh�es no ano passado e carteira superior a R$ 100 bilh�es, a Odebrecht Engenharia e Constru��o (OEC) se destaca pela diversifica��o geogr�fica, com mais de 70% de sua carteira provenientes de contratos no fora do Brasil. Mas esse diferencial � colocado � prova com os desdobramentos da Opera��o Lava Jato.

"Em especial em mercados com grau de maturidade maior sobre reputa��o de empresa, como o americano e o europeu, em que h� preocupa��o muito grande em rela��o a isso, haver� um impacto (na assinatura de novos contratos) e pode ser inclusive legal, com �rg�os governamentais e institutos impedindo a participa��o das empresas envolvidas na Lava Jato na licita��o", disse o professor de gest�o de produtos e marcas do Ibmec/MG Paulo Marcio Bragan�a de Matos. De acordo com ele, mesmo sem uma decis�o de condena��o ou penalidade, as empresas envolvidas nas investiga��es podem j� ser discriminadas. "Ser�o feitas pesquisas sobre se existe um processo em andamento, e isso pode ser um empecilho", comentou.

A professora de Rela��es Internacionais da Faculdade Santa Marcelina (FASM), Rita do Val, avaliou que, num primeiro momento, os governos de outros pa�ses com contratos ou inten��o de acertar projetos com as construtoras envolvidas nas investiga��es est�o cautelosos em seu relacionamento com as empresas, mas o impacto depender� efetivamente do resultado das investiga��es. "No curto prazo, h� muita expectativa com rela��o ao que vai acontecer e uma in�rcia para observar os desdobramentos", disse.

Ap�s a pris�o de Marcelo Odebrecht, a ag�ncia de avalia��o de risco Standard & Poor's rebaixou o rating da OEC, justificando a a��o pelo "o aumento dos riscos reputacionais da empresa", apesar de n�o considerar a pris�o do principal executivo do grupo como prejudicial para as opera��es e atividades di�rias da companhia. Em comunicado, a S&P diz que o conglomerado pode estar sujeito a maior escrut�nio por parte do financiadores, o que pode prejudicar a reposi��o da carteira de pedidos da OEC, "dado que a reputa��o � fundamental para o setor de engenharia e constru��o".

Sem citar diretamente a reputa��o ou a carteira de pedidos, a Moody's, ao colocar os ratings da Odebrecht em revis�o para rebaixamento, ap�s as pris�es da �ltima sexta-feira, 19, tamb�m comentou que "esses eventos podem afetar negativamente a execu��o das estrat�gias de crescimento da empresa no curto prazo".

Matos lembrou que a reputa��o de empresas de engenharia e constru��o � baseada em sua capacidade t�cnica e na capacidade de gest�o dos projetos e avaliou que com a pris�o dos principais executivos das companhias, a gest�o dos projetos pode ser questionada. "Do ponto de vista t�cnico, as empresas s�o reconhecidas, mas se n�o conseguem gerenciar seu quintal, como garantem a capacidade de gerenciar grandes projetos?", questionou o professor, citando o fato de l�deres das construtoras dizerem desconhecer casos de suposto esquema de corrup��o do qual subordinados estariam diretamente envolvidos.

Rita, da FASM, avaliou que as construtoras com forte atua��o no exterior, como Odebrecht, Andrade Gutierrez e Camargo Corr�a, todas investigadas na Lava Jato, t�m credibilidade no desenvolvimento dos projetos em outros pa�ses, justamente por sua capacidade t�cnica, independente de atos de corrup��o que possam ter cometido no Brasil, e tais il�citos at� agora pouco influenciaram o acerto de contratos. "Outros governos possuem outras pr�ticas, que exigem efici�ncia ", disse, lembrando den�ncias de corrup��o anteriores � Lava Jato.

Ela avaliou, por�m, que a confirma��o de pagamento de propina em outros pa�ses para o acerto de contratos poderia, a� sim, pesar mais no fechamento de novos neg�cios. "Enquanto o problema estiver dentro do nosso quintal, o problema � nosso. Na medida em que contratos com outros estados estrangeiros se mostrarem contaminados, a tend�ncia � de que o impacto seja maior", afirmou.

A Controladoria Geral da Rep�blica do Panam� realizar� a auditoria do contrato da linha 1 do Metr� da capital do pa�s, obra realizada pela Odebrecht e sobre a qual pairam suspeitas de subornos. O minist�rio p�blico panamenho tamb�m abriu investiga��es contra a Odebrecht por suspeita de ter usado empresas no para�so fiscal para a realiza��o de pagamentos de subornos. Al�m disso, tamb�m o Equador determinou auditorias sobre todos os contratos da Odebrecht com o governo do pa�s e tamb�m que se investiguem os funcion�rios do pa�s que trataram com a companhia brasileira.

Os especialistas salientaram que a repercuss�o seria maior na Europa, EUA e Jap�o, onde h� maior preocupa��o com a lisura. "Nos pa�ses �rabes e �frica, por exemplo, n�o h� nenhuma preocupa��o nesse sentido", disse Rita. Com apenas 30% da carteira no Brasil, a OEC possui cerca de 20% da carteira de pedidos da OEC a partir da �frica e outros 54% em pa�ses da Am�rica Latina.

O professor de economia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Marcelo Ranieri, acrescentou que as dificuldades de conquistar novos contratos no exterior devem se somar aos problemas para o acerto de novos projetos no Brasil. Al�m de eventual impedimento por conta das poss�veis declara��es de inidoneidade e outras penalidades, a crise econ�mica tamb�m faz com que a demanda por obras de engenharia por parte da iniciativa privada diminua internamente. "Se o mercado interno estivesse pujante, mesmo que n�o fosse poss�vel assinar novos contratos com o governo, o mercado poderia garantir a demanda, mas est� o contr�rio disso, e a tend�ncia � de que a situa��o vai piorar cada vez mais", afirmou.


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