Bras�lia, 30 - O ministro da Justi�a, Jos� Eduardo Cardozo, disse que a oposi��o est� tentando criar um "fact�ide jur�dico" ao usar os vazamentos da dela��o de Ricardo Pessoa para levar uma representa��o ao procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, pedindo o impeachment da presidente Dilma Rousseff. "Uma representa��o dessa natureza n�o s� n�o tem nenhum significado jur�dico real para propiciar qualquer investiga��o que j� n�o deva ser feita, mas como resvala para o campo de eventual denuncia��o caluniosa", escreveu o ministro em nota divulgada nesta ter�a-feira, 30.
Um grupo de parlamentares de oposi��o anunciou nesta ter�a que as siglas oposicionistas entraram com uma representa��o na Procuradoria-Geral da Rep�blica por crime de extors�o contra a presidente Dilma Rousseff e o ent�o tesoureiro da sua campanha, ministro Edinho Silva. A medida foi anunciada ap�s um encontro com lideran�as do PSDB, DEM, PPS e Solidariedade. A medida acontece dias depois de vazamentos da dela��o de Ricardo Pessoa, dono da UTC e um dos delatores da Opera��o Lava Jato, trazer nomes pr�ximos � presidente � lista de supostos benefici�rios do esquema de corrup��o envolvendo a Petrobras.
De acordo com o empreiteiro, que teve seu acordo de dela��o premiada homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na �ltima semana, as campanhas de Dilma Rousseff e do ex-presidente Lula foram beneficiadas por um esquema envolvendo "caixa 2". O delator citou ainda dois ministros de Estado: Edinho Silva (Comunica��o Social), que foi tesoureiro da campanha de Dilma no ano passado, e Aloizio Mercadante (Casa Civil), entre outros petistas.
Cardozo enfatizou que os parlamentares est�o utilizando apenas "not�cias veiculadas pela imprensa" para embasar o pedido e disse que a dela��o de Ricardo Pessoa ainda "ser� objeto de matura��o e aprecia��o pelos �rg�os competentes, em todos os fatos narrados pelo delator", disse. O ministro da Justi�a tem sido cobrado por seu partido, o PT, pelos vazamentos da dela��o de Pessoa que levaram ao centro do esc�ndalo nomes pr�ximos � presidente Dilma. O ministro disse ainda que "causa ainda esp�cie que a aludida representa��o pe�a apura��o isolada daquilo que, em tese, seria apenas uma das alega��es de delator, e que, convenientemente, tenha se esquecido de outras alega��es que poderiam atingir membros da pr�pria oposi��o".
Por fim, o ministro disse que tais a��es devem ser "prontamente repudiadas" e negou as acusa��es de Pessoa, de que a campanha de Dilma foi beneficiada pelo esquema. "Reafirmamos que a campanha da presidente Dilma Rousseff foi realizada em estrita conformidade com o estabelecido na legisla��o eleitoral, tendo as suas contas sido regularmente auditadas e aprovadas por unanimidade pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE)."