O engenheiro Paulo Dalmazzo, ex-funcion�rio da Andrade Gutierrez e preso pela Opera��o Lava-Jato, afirmou � Pol�cia Federal na segunda-feira que o lobista Fernando Falc�o Soares, o Fernando Baiano, lhe foi apresentado como sendo uma pessoa que j� mantinha rela��es com a empreiteira, "antes de seu ingresso na empresa". Segundo Dalmazzo, o lobista se dizia representante da empresa espanhola Acciona.
"Fernando teria apresentado projetos na �rea de coqueamento junto a Ar�bia Saudita, iniciativa que n�o foi concretizada 'porque o projeto n�o andou', n�o recordando de outro projeto que o mesmo tenha apresentado", disse Dalmazzo.
O engenheiro afirmou que Fernando Baiano foi apresentado a ele por Elton Negr�o, executivo da Andrade Gutierrez preso pela Erga Omnes, a nova etapa da Lava-Jato que mirou tamb�m a Odebrecht, cujo presidente, Marcelo Odebrecht, foi detido.
A transcri��o do depoimento de Dalmazzo. "Que Fernando foi apresentado a sua pessoa por Elton Negr�o, tratando com este e com o declarante quanto a assuntos pertinentes � �rea de �leo e G�s (industrial), n�o sabendo se o mesmo tratava com outros executivos acerca de outras �reas de atua��o da Andrade Gutierrez."
De acordo com o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, primeiro delator da Lava-Jato, a Andrade Gutierrez pagou propinas para o PMDB. O delator afirma que os valores foram "cobrados e geridos" por Fernando Baiano, a partir de 2008 ou 2009. Baiano teria substitu�do o doleiro Alberto Youssef no esquema.
Dalmazzo n�o soube dizer se Fernando Baiano prestou algum servi�o de consultoria ou assessoria, "podendo afirmar que, na �poca em que o declarante esteve na empresa. isso n�o ocorreu na sua �rea".
Em depoimento � PF em 19 de maio, o presidente da Andrade Gutierrez, Ot�vio Marques de Azevedo, admitiu � for�a-tarefa da Lava-Jato ter sido procurado por Fernando Baiano, para que a empreiteira fizesse doa��es de campanha ao PMDB. Azevedo tamb�m foi preso em 19 de junho.
"Que Fernando Baiano, em uma oportunidade, abordou o declarante, solicitando doa��o oficial de campanha, possivelmente para o PMDB, o que foi prontamente recha�ado, haja vista que j� existia um crit�rio pr� estabelecido de doa��o para o diret�rio nacional sem a exist�ncia de intermedi�rios", afirmou o executivo.
Ot�vio Marques de Azevedo declarou que manteve "rela��o institucional" com pelo menos seis pol�ticos do PMDB, incluindo o vice-presidente da Rep�blica Michel Temer e o presidente da C�mara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB/RJ).
"Que conheceu e teve rela��o institucional com os seguintes pol�ticos do PMDB: Michel Temer, Eliseu Padilha (ministro da Avia��o Civil), Eduardo Cunha, Eduardo Paes (prefeito do Rio), Sergio Cabral (ex-governador do Rio e alvo de inqu�rito na Lava Jato), Aloisio Vasconcelos, dentre outros".