Nova York, 02 - O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, afirmou nesta quinta-feira, 2, em entrevista coletiva, que a proposta de reajuste salarial apresentada pelo governo aos servidores do Executivo ser� o ponto de partida para a negocia��o com o Judici�rio. Al�m disso, o objetivo � apresentar uma proposta antes de vencer o prazo de veto da presidente Dilma Rousseff do reajuste aprovado ontem pelo Senado, com aumento entre 56% e 78% para os sal�rios dos servidores do Judici�rio de 2015 a 2017.
A proposta apresentada ao Executivo prev� reajuste graduais de 21,3% em quatro anos a partir de 2016. Este patamar, ressaltou Barbosa, mant�m ao longo destes quatro anos o gasto do governo est�vel em propor��o do Produto Interno Bruto (PIB). "Propusemos isso como refer�ncia para o Judici�rio."
Barbosa afirmou que o reajuste do Judici�rio como aprovado ontem n�o � compat�vel com a atual realidade econ�mica brasileira. "N�o � sustent�vel do ponto de vista fiscal porque gera um aumento do gasto da folha de pagamento do Judici�rio que gera um efeito em cascata, um efeito domin�", afirmou o ministro. "Coloca em risco a sustenta��o da estabilidade fiscal nos pr�ximos anos."
"Em um momento em que v�rias firmas e trabalhadores do setor privado est�o enfrentando um cen�rio mais dif�cil, n�o � adequado propor aumentos dessa magnitude", disse ele, destacando que o governo n�o trabalha com um cen�rio de "nenhum aumento", mas busca um reajuste que seja sustent�vel. "Estamos em momento de reequil�brio fiscal, em que v�rios setores est�o encontrando dificuldade."
Barbosa ressaltou que o governo est� em negocia��es com os servidores do Executivo e em contato com lideran�as do Judici�rio para elaborar alternativas. "Temos um grupo de trabalho conjunto." Segundo ele, o reajuste aprovado ontem deve ser apreciado por Dilma "em duas ou tr�s semanas" e antes disso o governo quer que esse grupo de trabalho chegue a uma proposta alternativa.
Barbosa disse que o reajuste do Judici�rio � de "alta prioridade" no minist�rio e assim que chegar ao Brasil ele deve ter reuni�es para discutir o assunto. "As conversas continuam", disse ele, destacando que cada poder tem que enviar at� agosto projeto de lei com seu reajuste, cabendo ao Congresso aprovar ou n�o.
Barbosa falou com a imprensa na sede Americas Society/Council of the Americas, onde realizou os encontros com investidores nesta quinta-feira.