Belo Horizonte, 10 - Citado na dela��o premiada de Ricardo Pessoa, o deputado federal J�lio Delgado (PSB) defendeu nesta sexta-feira, , em Belo Horizonte, o fim do financiamento empresarial de campanha e comentou a reforma pol�tica aprovada recentemente pela C�mara.
"Votei de novo contra o financiamento de pessoa jur�dica a pol�ticos e campanhas para acabar com essa situa��o nefasta. A reforma pol�tica de ontem � para a acabar com a campanha eleitoral. S� vai ser eleito quem for muito rico, por exemplo, pastor que tem igreja ou policial que tem sua corpora��o para apoio ou at� personalidades (artistas e jogadores de futebol). Quem � deputado que n�o � empres�rio ou mesmo tem causas aleat�rias, ser�o cada vez mais escassos", declarou.
Ele confessou que est� "quase desanimado", mas quando encontra um projeto ou causa real para defender, "se levanta de novo". "Estamos com aus�ncia de lideran�a no Pa�s. E h� uma fragilidade de poderes", falou.
Delgado falou ainda sobre as acusa��es de que recebeu dinheiro caixa 2 da empreiteira UTC. Em semin�rio sobre moderniza��o das rela��es de trabalho promovido pela C�mara Americana de Com�rcio (Amcham-BH), o pol�tico reafirmou que n�o recebeu o montante, que foi destinado � ao diret�rio mineiro de seu partido para a campanha eleitoral de candidatos na elei��o passada.
"Eu n�o estou envolvido nessa hist�ria. No pin�amento para me jogar na vala comum, tentam me acusar. Nunca fui do governo, sempre fui de oposi��o. Como eu conseguiria servi�o para algu�m? O dinheiro n�o foi depositado na minha conta, foi na do partido. (...) Eu n�o seria louco de convocar algu�m na CPI da Petrobras que poderia me acusar", desabafou, em participa��o no evento. Em dela��o premiada a investigadores da Opera��o Lava Jato, o presidente da UTC, Ricardo Pessoa teria entregado uma planilha � Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR) com repasses de propina e caixa 2 que a UTC teria feito a campanhas e a pol�ticos. Segundo a revista Veja, Delgado seria citado no documento como destinat�rio de R$ 150 mil.
Delgado reiterou que permanecer� na CPI at� a ida de Pessoa no colegiado, que inclusive vai inquiri-lo e que pedir� licen�a da CPI para se defender e cumprir o que exigiu de outros citados na Opera��o Lava Jato: a sa�da da comiss�o. Entretanto, confessou que, se o n�o-envolvimento dele for confirmado e ele se sentir confort�vel com todo o processo, ele pode voltar a continuar seu trabalho na comiss�o. "N�o posso ser incoerente com os meus colegas parlamentares que estavam citados os quais pedi para se desligarem da CPI. Mas se nada se confirmar, vou continuar sim. Com a minha consci�ncia tranquila, a qual j� tenho", afirmou.
Elei��es 2016
Sobre as movimenta��es do PSB-MG para as elei��es de 2016, Delgado disse que n�o h� nada definido. "H� uma insatisfa��o de alguns setores de como a forma como se deu a mudan�a aqui do partido em MG, mas estamos vendo ainda como vai ser o processo das elei��es", disse, em rela��o � sa�da dele da presid�ncia do diret�rio estadual e a entrada do prefeito Marcio Lacerda (PSB). Ele lembrou que h� uma decis�o da executiva nacional de que o partido tem que ter candidato pr�prio em munic�pios que mais de 100 mil eleitores, o que representa cerca de 40 cidades mineiras. "N�o � porque das minhas querelas com o Marcio ou com qualquer que seja, vou deixar de atender o PSB-MG. Eu tenho um compromisso com o partido", ressaltou.
Questionado se h� um interesse em se candidatar � prefeitura de Belo Horizonte, Delgado desconversou. "Eu me coloquei � disposi��o do partido nesse per�odo todo, tenho esse compromisso. Se essa for a decis�o do partido, estamos a� para cumprir miss�es partid�rias", afirmou.