O doleiro Alberto Youssef, pe�a central da Opera��o Lava-Jato, reafirmou � Justi�a Federal que pagou mais de R$ 800 mil em propinas para o ex-tesoureiro do PT Jo�o Vaccari Neto. Youssef prestou longo depoimento ao juiz federal S�rgio Moro no processo em que Vaccari � r�u junto com o ex-diretor de Servi�os da Petrobras, Renato Duque - cota do PT na estatal petrol�fera. Os dois est�o presos em Curitiba, base da Lava-Jato. Outros 25 acusados respondem na mesma a��o, por quadrilha e corrup��o.
O doleiro j� havia dado essas informa��es em outros relatos � Justi�a e � for�a-tarefa da Lava Jato. Como delator ele est� obrigado a depor em todas as a��es criminais decorrentes da investiga��o sobre esquema de corrup��o e propinas na Petrobras. Ele foi arrolado como testemunha de acusa��o de Vaccari e Duque.
"Eu nunca operei a Diretoria de Servi�os, mas tinha conhecimento de que a Diretoria de Servi�os recebia (propinas sobre o valor dos contratos da Petrobras). Eu soube disso primeiro pelo sr. Jos� Janene (ex-deputado l�der do PP, morto em 2010), dep�s pelas pr�prias empresas."
O juiz Moro perguntou a Youssef se ele participou de reuni�es para discutir propinas com os executivos das empreiteiras. Ele disse 'sim'.
Sobre a propina a Vaccari, o doleiro disse. "Eu fiz um pagamento ao PT. A �nica opera��o que eu fiz que envolveu o pagamento ao PT foi sobre uma obra do Comperj (Complexo Petroqu�mico do Rio) a pedido da Toshiba. Na �poca (2009), total de 800 e poucos mil reais."
Ele afirmou que quem recebia propinas para a Diretoria de Servi�os era Jo�o Vaccari Neto.
O juiz perguntou a Youssef se os relatos de empreiteiros mencionavam Vaccari e se lhe diziam que o ent�o tesoureiro do PT recebia propinas. "Sim", respondeu o doleiro.
"Mas ele (Vaccari) recebia valores de doa��es ou propinas pagas? O que foi relatado para o sr?", insistiu o juiz Moro.
"Que normalmente essas comiss�es eram pagas por interm�dio de doa��es no pr�prio partido", respondeu o doleiro-delator. "Isso me foi falado na �poca, era realmente, o comissionamento era pago como doa��o.".
Disse que encontrou-se 'duas ou tr�s vezes' com Vaccari 'em alguns restaurantes, assim de passagem'.
"Uma vez ele esteve no meu escrit�rio para conversar comigo. Eu n�o estava. Depois teve a opera��o (Lava Jato), eu n�o soube qual era o assunto que ele queria tratar."
DEFESA:
O advogado criminalista Luiz Fl�vio Borges D’Urso refuta as den�ncias contra seu cliente, Jo�o Vaccari Neto. D’Urso tem reiterado publicamente e por meio de peti��es e habeas corpus que o ex-tesoureiro jamais recebeu propinas e que sua miss�o era arrecadar doa��es l�citas para o PT.
O PT reafirma que s� arrecada doa��es l�citas e que as comunica formalmente � Justi�a eleitoral.
A reportagem n�o localizou representante da Toshiba.