S�o Paulo, 16 - O ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva divulgou nota h� pouco na qual classificou a abertura de procedimento investigat�rio para apurar um suposto tr�fico de influ�ncia por parte do dele como "um procedimento absolutamente irregular, intempestivo e injustificado". Segundo a nota, o ex-presidente tomar� "as medidas cab�veis para corrigir essa arbitrariedade no �mbito do pr�prio Minist�rio P�blico, sem preju�zo de outras provid�ncias juridicamente cab�veis."
Hoje, a Procuradoria da Rep�blica no Distrito Federal abriu um procedimento investigat�rio criminal (PIC) para investigar o ex-presidente e a construtora Odebrecht. A suspeita � de que a Odebrecht teria obtido vantagens com agentes p�blicos de outros pa�ses por meio de influ�ncia do ex-presidente.
A empresa teria pagado as despesas do voo do ex-presidente, mesmo n�o sendo uma viagem de trabalho para a empreiteira. No documento do voo, est� registrado como "passageiro principal: voo completamente sigiloso." A empreiteira � uma das investigadas na opera��o Lava Jato.
Lula diz ter sido surpreendido pela not�cia de que o procurador Valtan Timb� Mendes Furtado, da Procuradoria da Rep�blica no Distrito Federal, determinou a abertura de procedimento investigat�rio sobre tema que j� vinha sendo examinado, no �mbito pr�prio, pela procuradora da Rep�blica, Mirella de Carvalho Aguiar. "O Instituto Lula e o ex-presidente Lula desconhecem as raz�es pelas quais o procurador Valtan Timb� Mendes Furtado interferiu, de maneira indevida e arbitr�ria, no procedimento que vinha sendo conduzido pela procuradora titular", diz a nota.
A nota afirma ainda que o ex-presidente "� alvo de um conjunto de manipula��es e arbitrariedades com o prop�sito evidente de criar constrangimentos e manchar, sob falsos pretextos, a imagem do maior l�der popular deste Pa�s no Brasil e no exterior". "Sob a luz desses fatos, o ex-presidente da Rep�blica Luiz In�cio Lula da Silva e o Instituto Lula, esperam que o Minist�rio P�blico esclare�a ao pa�s o porqu� de procedimentos t�o contradit�rios", diz.
Lula diz que nunca foi objeto de "investiga��o informal", n�o foi ou � considerado suspeito de qualquer tipo de infra��o penal e acusa o procurador Anselmo Lopes, da Procuradoria da Rep�blica no Distrito Federal (PRDF), de estar cometendo uma "grave viola��o de conduta" ao iniciar a not�cia de fato que culminou neste processo . "Sem apresentar qualquer prova ou ind�cio, o procurador Anselmo Lopes levantou a hip�tese de que o ex-presidente Lula "poderia", "em tese", "talvez" ser suspeito de tr�fico de influ�ncia internacional, "caso se comprovasse" que teria recebido favores da empresa Odebrecht para "supostamente" influir sobre autoridades de pa�ses estrangeiros para que contratassem obras da empresa", diz o Instituto. "No mesmo dia, a 'Not�cia de Fato' foi distribu�da por sorteio � procuradora Mirella de Carvalho Aguiar, a quem caberia decidir pelo arquivamento, pela abertura de inqu�rito ou pedir dilig�ncias e informa��es para instruir sua decis�o", completa.
O Instituto Lula lista ainda algumas reportagens que apontariam de forma equivocada o suposto envolvimento ilegal entre Lula e a empreiteira. Mais cedo, Lula refor�ou, por meio e sua assessoria, entender que faz parte das atribui��es do Minist�rio P�blico investigar den�ncias, mas que suas atividades n�o foram ilegais. "Temos certeza absoluta da legalidade e lisura de todas as nossas atividades", informou o Instituto Lula.