PF n�o pede prorroga��o de pris�o de almirante e executivo

S�o Paulo, 31 - A Pol�cia Federal decidiu n�o representar pela prorroga��o da pris�o tempor�ria do almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, presidente licenciado da Eletronuclear, e do executivo Fl�vio David Barra, presidente da Andrade Gutierrez Energia. Os dois foram presos na ter�a-feira, 28. A delegada Erika Mialik Marena, que subscreve relat�rio parcial, sugere o fim da 'segrega��o tempor�ria' do almirante e do executivo. Ela considera desnecess�ria a manuten��o da pris�o dos alvos da Opera��o Radioatividade, 16.� etapa da Lava Jato, depois das buscas realizadas no mesmo dia em que Othon e Barra foram capturados, e com os depoimentos por eles prestados.

A delegada faz refer�ncia � dela��o premiada do ex-presidente da Camargo Corr�a, Dalton dos Santos Avancini, que apontou o suposto esquema de propinas na Eletronuclear. "Com o cumprimento das medidas judicialmente determinadas, e, n�o tendo sido poss�vel ultimar as an�lises que permitiriam concluir pela efetiva ocorr�ncia do quanto narrado por Dalton Avancini, seja quanto ao conluio para fraudar o car�ter competitivo da licita��o para a constru��o de Angra 3, seja quanto ao eventual pagamento de vantagens indevidas a servidores da Eletronuclear, deixamos de representar pela prorroga��o da pris�o tempor�ria de Othon Luiz Pinheiro da Silva e Fl�vio David Barra, j� que entendemos que, com as medidas de busca e apreens�o j� realizadas e com as oitivas j� feitas daqueles diretamente envolvidos, foi atendido o fim da segrega��o tempor�ria."

A Radioatividade investiga se representantes de empreiteiras que comp�em o cons�rcio respons�vel pela constru��o de parte da usina Angra 3 pagaram propina a servidores da Eletronuclear e ainda se houve cartel durante a licita��o para evitar a concorr�ncia efetiva entre as participantes.

O ex-presidente da Camargo Corr�a Dalton Avancini afirmou, em sua dela��o premiada, que teria sido informado por outro diretor da Camargo Corr�a que haveria algum acerto para pagamento de propina a servidores da Eletronuclear, mencionando Othon Luiz.

Dalton Avancini tamb�m revelou uma reuni�o da qual ele pr�prio participara e na qual soube por representantes da empresa UTC, tamb�m integrante do cons�rcio de Angra 3, de que as empresas participantes deveriam contribuir com 1% de sua cota do contrato para o PMDB e para servidores p�blicos. Fl�vio Barra participou da reuni�o. � PF ele confirmou ter ouvido do empreiteiro Ricardo Pessoa, presidente da UTC Engenharia e suposto l�der do cartel na Petrobras, pedido de doa��o para o PMDB. Pessoa teria dito que falava 'em nome' do senador Edison Lob�o (PMDB/MA), ex-ministro do governo Dilma Rousseff (Minas e Energia).

A for�a-tarefa da Lava Jato identificou dep�sitos feitos � Aratec Engenharia, empresa ligada a Othon Luiz, entre 2009 e 2014, por parte das empresas CG Consultoria, JNobre Engenharia e Consultoria, Link Projetos e Deutschbras Comercial e Engenharia, que, por sua vez, teriam recebido previamente dep�sitos de empreiteiras investigadas. Umas delas � a Andrade Gutierrez, que pagou R$ 2,93 milh�es � CG Consultoria, entre 2009 e 2014, que, ent�o, depositou R$ 2.699.730 milh�es para a Aratec.

"Em outro exemplo, entre 2009 a 2013, a Engevix Engenharia e EcovixEngevix, que tamb�m possu�am contratos em andamento junto � Eletronuclear, declararam pagamentos para a Link Projetos no valor de R$ 1.937.631,10. Por sua vez, a pessoa jur�dica Link Projetos e Participa��es LTDA. declarou ter pago R$ 765 mil para a Aratec Engenharia no per�odo de 2010 a 2014?, diz o relat�rio da PF.

De acordo com a delegada, at� o momento, os agentes federais verificaram preliminarmente o material apreendido nas resid�ncias de Othon Luiz e Fl�vio Barra. E ainda n�o foi localizado nenhum item que reforce as suspeitas sobre os dois investigados.

"Ressalte-se que a an�lise continua, e que h� vasto material de inform�tica a ser checado, principalmente as caixas de e-mails extra�das e apreendidas junto aos investigados", sustenta Erika Marena.