Curitiba, 31 - O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, n�o quis comentar as recentes declara��es da advogada Beatriz Catta Preta, que deixou a defesa de delatores da Opera��o Lava Jato e acusou integrantes da CPI da Petrobras de a pressionarem ap�s um dos seus clientes, Julio Camargo, ter falado que o presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB), pressionou para receber US$ 5 milh�es em propinas. Catta Preta disse em entrevistas que abandonou o caso e largaria a advocacia.
"Eu estava em uma solenidade do Tribunal de Justi�a ga�cho, portanto n�o vi as declara��es, s� vi o que estava nos autos. Concedi uma liminar estabelecendo que a CPI n�o poderia interferir no sigilo das comunica��es entre os advogados com seus clientes, nem perquirir acerca dos honor�rios de um servi�o prestado", disse Lewandowski, em entrevista coletiva na sede do Tribunal de Justi�a do Paran� (TJ-PR), na tarde de sexta-feira, no lan�amento do projeto "Audi�ncias de Cust�dia", disse.
Ainda sobre a CPI da Petrobras, que aprovou requerimento de convoca��o de Catta Preta com a inten��o de question�-la sobre a origem dos honor�rios que recebeu, o ministro comentou: "Quero dizer que as prerrogativas dos advogados, os predicamentos da magistratura, a imunidade dos parlamentares n�o s�o privil�gios dessas categorias, mas s�o sim garantias da pr�pria cidadania".
Questionado sobre a a��o do presidente da CPI, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), que afirmou que manter� a convoca��o da advogada, o ministro alegou que o caso foi para nova inst�ncia. "Eu simplesmente dei uma liminar no plant�o do Judici�rio. Esse processo ser� distribu�do ao ministro Dias Toffoli, que certamente vai tomar as decis�es subsequentes", afirmou.
Sobre seu encontro com a presidente Dilma Roussef, em Portugal, Lewandowski disse que o assunto ficou restrito �s rela��es institucionais. "Os meus encontros com a presidente Dilma, que s�o muitos, s�o v�rios, dizem respeito exclusivamente a assuntos institucionais, que dizem respeito ao relacionamento entre os Poderes da Rep�blica", disse. "O �ltimo encontro que tive com a presidenta, pouco antes do veto do reajuste dos servidores do Judici�rio da Uni�o, girou em torno exclusivamente deste tema."
O ministro tamb�m recebeu na manh� desta sexta-feira, no Paran�, juntamente com Luiz Fachin, novo ministro do STF, a comenda Ordem do Pinheiro Gr� Cruz, a mais importante condecora��o do Estado do Paran�, das m�os do governador Beto Richa (PSDB).