Bras�lia, 31 - Respons�vel por investigar forma��o de cartel e pr�ticas anticoncorrenciais, o superintendente do Conselho Administrativo de Defesa Econ�mica (Cade), Eduardo Frade, disse que as provas apresentadas at� o momento do chamado cartel de Angra 3 s�o bastante robustas. "Achamos que temos ind�cios suficientes para instaurar um processo administrativo", afirmou.
O Cade anunciou nesta sexta-feira, 31, que firmou um acordo de leni�ncia com a Camargo Corr�a pelo qual a empresa, em troca de uma puni��o menor, dar� informa��es e provas sobre suposto cartel na licita��o para obras da usina de Angra 3.
Segundo Frade, entre as provas apresentadas para o acordo est�o contas telef�nicas, e-mails e documentos. "H� um relato da Camargo de forma muito detalhada de como funcionou o cartel", completa Frade.
Ele explicou que o acordo, no momento, se restringe h� apenas uma licita��o, mas o conselho investigar� a atua��o do cartel em outras obras.
Acordo
O Cade vinha negociando o acordo com a Camargo Corr�a h� quatro meses. Nesta semana, a Pol�cia Federal prendeu o presidente licenciado da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva, e o executivo da construtora Andrade Gutierrez Fl�vio Barra, na 16� fase da opera��o Lava Jato, batizada de Radioatividade. A investiga��o apura o pagamento de propina para as obras de Angra 3.
Foi feita ainda uma opera��o de busca e apreens�o e o Cade j� pediu acesso aos documentos apreendidos pela PF. A Camargo Corr�a e o ex-presidente Dalton Avancini, que fizeram agora acordo com o Cade, tamb�m fizeram acordo de dela��o premiada com o Minist�rio P�blico Federal, o que motivou a Radioatividade.
O relato da Camargo traz evid�ncias de que os cons�rcios UNA 3, formado por Andrade Gutierrez, Odebrecht, Camargo Correa e UTC, e o cons�rcio Angra 3 (formado por Queiroz Galv�o, EBE e Techint) fizeram acordo para combinar pre�os na licita��o. Em mar�o, o Cade firmou acordo de leni�ncia para apurar cartel em licita��es da Petrobras.