Bras�lia, 05 - Um dia depois de o Pal�cio do Planalto ser derrotado na tentativa de adiar a vota��o da PEC 443, que reajusta sal�rios de servidores da Advocacia-Geral da Uni�o (AGU), o l�der do PMDB na C�mara, Leonardo Picciani (RJ), disse nesta quarta-feira, 5, que o governo precisa montar um novo modelo de base de sustenta��o parlamentar.
A PEC 443 - uma das "bombas fiscais" em tramita��o no Congresso Nacional - foi discutida na manh� de hoje em reuni�o do vice-presidente Michel Temer com l�deres da base na C�mara e os ministros Nelson Barbosa (Planejamento), Lu�s In�cio Adams (AGU) e Eliseu Padilha (Avia��o Civil). Al�m do impacto financeiro da medida, preocupa o Planalto tratar da mat�ria num momento pol�tico delicado em que a AGU encabe�a a defesa das "pedaladas fiscais".
O texto vincula o teto dos subs�dios de advogados p�blicos, defensores p�blicos e delegados das Pol�cias Federal e Civil a 90,25% do que recebem os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). As "bombas fiscais" tamb�m foram discutidas por Temer em uma reuni�o no Pal�cio do Jaburu mais cedo, com l�deres da base no Senado.
"A derrota de ontem demonstra aquilo que vem sendo alertado pelos l�deres da base. � preciso de fato montar a base. O modelo da base exercido at� aqui, ele se exauriu. � preciso montar um novo modelo de base de sustenta��o parlamentar. O que j� vem sendo dito pelo governo passa a dimensionar aquilo que j� vem sendo dito pelos l�deres do Congresso h� algum tempo", comentou Picciani a jornalistas, ao deixar a reuni�o.
O peemedebista deixou o anexo I do Pal�cio do Planalto afirmando que na reuni�o do col�gio de l�deres seria discutida a possibilidade de a vota��o ser transferida para a pr�xima semana, o que daria tempo para a mat�ria "amadurecer de forma justa".
"Eu, pessoalmente, considero justo que as carreiras jur�dicas tenham isonomia, mas � preciso entender como isso impacta as finan�as do Pa�s e da federa��o, sobretudo nesse momento de crise", ressaltou Picciani. "� uma mat�ria (que gera) grande d�vida com o impacto que pode trazer para Estados e munic�pios."
As cr�ticas disparadas � articula��o pol�tica do governo foram refor�adas pelo l�der do PTB na C�mara, Jovair Arantes (GO). "Quatro horas (de reuni�o) para nada. O governo n�o se mexe. O governo n�o se organiza, t� mal politicamente", criticou Arantes, ao deixar a reuni�o.