Construtoras deixam obra e Angra 3 pode ter preju�zo di�rio de R$ 6 mi

Rio, 12 - Depois de ter tido a constru��o paralisada na d�cada de 80 e ap�s atrasos desde a aprova��o da retomada das obras em 2007, a inaugura��o de Angra 3 pode voltar a ser adiada com o abandono do projeto por cinco das sete construtoras respons�veis pela montagem de cabos e equipamentos (eletromec�nica) da usina nuclear. A estimativa interna da Eletronuclear � de um preju�zo di�rio de R$ 6 milh�es, caso o empreendimento n�o entre em opera��o em 2018, apurou o Broadcast, servi�o de not�cias em tempo real da Ag�ncia Estado, com uma fonte pr�xima � companhia.

As construtoras Odebrecht, Queiroz Galv�o, Camargo Corr�a, Andrade Gutierrez e Techint decidiram sair do cons�rcio Angramon com o argumento de um atraso superior a 90 dias no pagamento por parte da Eletronuclear, informou ao Broadcast outra fonte. J� a UTC e a Empresa Brasileira de Engenharia (EBE) continuam no grupo e devem assumir sozinhas a obra. As empresas dependem do aval da estatal para deixarem o projeto, como previsto em contrato, e j� teriam avisado o cons�rcio da medida.

As empresas que formam o Angramon est�o sob investiga��o na Opera��o Lava Jato pelo suposto pagamento de propinas ao ex-presidente da Eletronuclear Othon Pinheiro da Silva e outros agentes p�blicos para obten��o de vantagens na licita��o para a constru��o da usina.

O Tesouro Nacional j� autorizou a Caixa Econ�mica Federal a financiar a estatal para que ela tenha recursos para arcar com a d�vida com os fornecedores de Angra 3. Os contratados deixaram de ser pagos por conta de dificuldades or�ament�ria do grupo Eletrobras. Segundo fontes, no entanto, ainda n�o h� previs�o de quando o dinheiro vai chegar ao caixa da companhia.

A empresa ainda est� trabalhando para evitar essa perda, o que se tornou um desafio ainda maior ap�s o pedido de desligamento das construtoras. Antes da debandada das empreiteiras, a diretoria da Eletronuclear j� havia decidido suspender o contrato com o cons�rcio por 60 dias. O motivo � a investiga��o do Conselho Administrativo de Defesa Econ�mica (Cade) da pr�tica de cartel.

O c�lculo � uma estimativa interna de receita por dia, tendo em vista a tarifa fixada pelo Minist�rio de Minas e Energia. Na pr�tica, cada dia a menos de opera��o significa uma falta de faturamento em torno dos R$ 6 milh�es, explicou a fonte que acompanha de perto a empresa.

As obras civis pela construtora Andrade Gutierrez, no entanto, continuam em andamento, uma vez que esse contrato n�o teve nenhuma irregularidade identificada, disse a fonte. J� a montagem eletromec�nica deveria atingir o pico em janeiro de 2016.

A companhia est� analisando as medidas cab�veis diante da suspens�o do contrato com o cons�rcio Angramon. O conselho de administra��o da companhia se re�ne no fim deste m�s para avaliar as op��es.

Uma das alternativas em estudo, que pode ser levada ao conselho, � a de iniciar um processo de rescis�o unilateral do contrato junto com a elabora��o de um aditivo, diminuindo o prazo dele tendo em vista as irregularidades. Ao mesmo tempo, haveria a obriga��o de as empresas continuarem a presta��o do servi�o pelo per�odo suficiente a conclus�o de uma poss�vel nova licita��o. No entanto, ainda n�o est� certo que ocorrer� um novo certame.

A Eletronuclear, segundo a fonte, est� em fase de contrata��o de especialista em direito administrativo para analisar a documenta��o da Angramon.

Outro lado

Procurada, a Eletronuclear n�o se pronunciou sobre o assunto. O cons�rcio declarou que n�o se manifestar� sobre suas consorciadas e atrasos no pagamento. Em nota, ressaltou ainda que n�o pediu a rescis�o do contrato com a companhia.

As construtoras Camargo Corr�a e Queiroz Galv�o confirmaram terem formalizado para o cons�rcio Angramon solicita��o de rescis�o do contrato. J� a Andrade Gutierrez e a Odebrecht informaram que n�o iriam comentar o assunto. As demais empresas n�o se pronunciaram at� a conclus�o desta edi��o. A reportagem n�o conseguiu contato com a Techint.