S�o Paulo, 20 - O l�der do MTST, Guilherme Boulos, foi o primeiro a falar nas manifesta��es "contra o golpismo" em S�o Paulo. Principal organizador do ato, Boulos abriu com cr�ticas aos grupos que organizam manifesta��es pedindo impeachment da presidente Dilma Rousseff que, segundo ele, t�m "moral seletiva".
"Eles v�o na Avenida Paulista dizer que s�o contra a corrup��o, mas ficam de m�os dadas com o Eduardo Cunha (presidente da C�mara) e com o A�cio Neves", bradou Boulos em cima do carro de som. O l�der do MTST chamou o senador tucano de "playboy de Ipanema que nunca fez nada pelo povo" e tamb�m direcionou cr�ticas ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que tachou de "banqueiro prepotente". "N�o viemos aqui para defender nenhum governo, mas viemos recha�ar um ajuste fiscal que esta tirando direitos dos trabalhadores", afirmou.
O presidente nacional do PT, Rui Falc�o, que estava na concentra��o do ato, no Largo da Batata, minimizou o fato de os movimentos sociais trazerem cr�ticas ao governo Dilma, a Levy e ao ajuste fiscal. Falc�o disse n�o ver "racha" mas diferen�as normais em cidades onde grupos mais pr�ximos ao governo e mais cr�ticos se separaram nas manifesta��es. "Os movimentos sociais est�o trazendo suas pautas", disse o dirigente petista.
Falc�o tamb�m minimizou a diferen�a de propor��o dos atos pr� impeachment no domingo, 16, e contra o afastamento da presidente nesta tarde. No domingo, �s manifesta��es reuniram cerca de 800 mil pessoas em todo o Pa�s. Nesta quinta, no Largo da Batata, em S�o Paulo, maior ponto de manifesta��o, os organizadores falam em mais de 60 mil, mas n�o h� n�mero oficial da PM.
Falc�o disse que o objetivo n�o � "comparar". "N�o estamos fazendo compara��o, estamos defendendo a democracia. O importante � que tem espa�o para que a popula��o v� �s ruas fazer essa defesa."
Outras lideran�as
Vagner Freitas, da CUT, que polemizou na semana passada ao falar de se pegar "em armas" para defender Dilma, n�o usou termos t�o fortes. Ele disse que � preciso acabar com o "terceiro turno". "Temos parar com a ideia de golpe, porque o golpe � contra os trabalhadores e contra o Brasil", afirmou. Freitas tamb�m se posicionou conta o "ajuste neoliberal"
Jo�o Paulo, porta-voz do MST, fez um discurso "contra a direita" e disse que o tradicional Grito dos Exclu�dos ser� maior que as manifesta��es que grupos pr� impeachment possam organizar. "Sete de setembro � o dia do grito dos exclu�dos n�o do berro dos 'coxinhas'."
O porta-voz do MST tamb�m pediu que Dilma deixe de fazer um governo "a servi�o do capital e ref�m de Levy e de Eduardo Cunha", para fazer um governo a "servi�o dos trabalhadores que a elegeram". O ato tem participa��o de centrais sindicais, movimentos sociais e estudantis, al�m de partidos como PCO, PCdoB e do pr�prio PT.
H� bandeiras com o nome de Dilma e at� cartazes curiosos como "Dilma os ter one" (algo como "Dilma � o cara" em ingl�s), mas a maior parte das palavras de ordem s�o contra Cunha, contra o PSDB e contra o que os movimentos consideram as pautas conservadoras, como ajuste fiscal, terceiriza��o e redu��o da maioridade penal.
Ensaiaram-se gritos de "N�o vai ter golpe", mas os que mais ressoaram at� agora foram gritos como "Dilma, que papel�o, essa agenda � coisa de patr�o" ou "Cunha ladr�o, seu lugar � na pris�o" "Fora j�, fora daqui Eduardo Cunha junto com o Levy".
Entre as manifesta��es no carro de som tamb�m houve falas contra o governador Geraldo Alckmin. Houve protestos por causa da crise h�drica e contra a "pol�cia que mata trabalhadores e jovens negros da periferia", em refer�ncia � chacina que deixou 18 mortos na Grande S�o Paulo. Uma das principais hip�teses da investiga��o � que os crimes tenham sido cometidos por PMs.