S�o Paulo, 27 - A Pol�cia Civil do Maranh�o indiciou o ex-secret�rio da Casa Civil do governo Roseana Sarney (PMDB), Jo�o Abreu, por corrup��o. Ele � suspeito de ter recebido R$ 3 milh�es em propinas para garantir que o governo maranhense, na gest�o Roseana, pagaria um precat�rio de R$ 134 milh�es � empresa Constran-UTC.
O milion�rio precat�rio do Maranh�o � um emblem�tico cap�tulo da Opera��o Lava Jato que escancarou o elo do doleiro Alberto Youssef, piv� da investiga��o sobre esquema de propinas na Petrobras, com o empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da UTC Engenharia que virou delator e confessou cartel na estatal petrol�fera entre 2004 e 2014.
Al�m do ex-secret�rio da Casa Civil de Roseana, foram indiciados outros personagens importantes da Lava Jato - o pr�prio doleiro, o carregador de malas de dinheiro de Youssef, Rafael �ngulo Lopez, e Adarico Negromonte, irm�o do ex-ministro do governo Dilma Rousseff M�rio Negromonte, todos sob suspeita de terem operado os pagamentos.
A Pol�cia enquadrou, ainda, o corretor Marco Antonio Ziegert, o Marc�o, suposto elo entre Youssef e o governo do Maranh�o. O indiciamento se baseia em depoimentos e dela��es premiadas colhidos pela Lava Jato e testemunhos da contadora de Youssef, Meire Poza, e do s�cio do doleiro no laborat�rio Labogen, Leonardo Meirelles, feitas pela pr�pria Pol�cia Civil do Maranh�o.
Segundo os depoimentos, Negromonte e �ngulo fizeram ao menos tr�s viagens a S�o Lu�s a mando de Youssef, nas quais levaram a propina em dinheiro vivo escondido no pr�prio corpo. De acordo com a Pol�cia Civil maranhense, o secret�rio reclamou da falta de R$ 1 milh�o no montante da propina. Isso teria levado Youssef a ir at� S�o Lu�s para resolver pessoalmente o problema.
Youssef foi preso em um hotel de luxo na capital maranhense no dia 17 de mar�o de 2014. A pris�o desencadeou a Lava Jato. De acordo com a Pol�cia Civil, enquanto Youssef era preso Marc�o saiu do hotel com a propina que seria entregue a integrantes do governo Roseana.
�Na oportunidade da pris�o de Youssef, Marc�o n�o teria sido abordado pela Pol�cia Federal, embora estivesse no mesmo hotel, e conseguiu efetivamente levar o dinheiro da propina para membros do governo�, diz o relat�rio.
Em mar�o deste ano, diante das revela��es feitas pela Lava Jato, a ju�za Luiza Nepomucena, da 1.� Vara da Fazenda P�blica do Maranh�o, desobrigou o governo a pagar as parcelas restantes do precat�rio. Na mesma �poca a Constran rescindiu o acordo feito com a administra��o Roseana para quita��o da d�vida.
O governador do Maranh�o, Fl�vio Dino (PC do B), que sucedeu Roseana no Pal�cio dos Le�es, determinou a cria��o de uma comiss�o para apurar o caso. O advogado de Jo�o Abreu, Carlos Seabra, disse que ainda n�o teve acesso ao teor do indiciamento e pediu que as perguntas fossem enviadas por e-mail, mas n�o respondeu aos questionamentos.