Nova York, 28 - O presidente da C�mara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em viagem oficial a Nova York, onde participa de evento nas Na��es Unidas (ONU), afirmou a jornalistas na noite desta sexta-feira, 28, que a queda do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil de 1,9% no segundo trimestre sinaliza que a economia brasileira deve se contrair ao menos 2,5% em 2015, retra��o que pode chegar a 3%. Em 2016, o parlamentar v� risco de a recess�o continuar e o PIB encolher 1,5%.
"Estamos no meio de uma recess�o que, se era real, passou a ser tamb�m t�cnica. O Brasil est� em recess�o e precisa fazer algo que n�o � aumentando imposto", disse Cunha em r�pida conversa com jornalistas antes de participar de um jantar oferecido pelo embaixador do Brasil na ONU, Antonio Patriota, em sua resid�ncia, na regi�o nobre do Upper East Side, em Manhattan.
Cunha voltou a afirmar que � contra a volta da CPMF, como quer o governo para conseguir ajustar suas contas. "N�o d� para suportar mais aumento de tributos. Que tem que se cortar gastos, tem, n�o se pode fingir. Eu mesmo sou o autor de uma PEC que reduz a 20 o total de minist�rios no Pa�s. Cortar gastos � muito importante, mas o Brasil s� vai se recuperar se recuperar a confian�a", afirmou o parlamentar.
"Gestos para recuperar a confian�a s�o gestos simb�licos, redu��o de gastos � um deles", disse Cunha, destacando que o governo aumentou os gastos de forma permanente nos �ltimos anos, mas o baixo crescimento da economia acabou afetando a arrecada��o. "Consequentemente, agora ficamos com os gastos e n�o temos mais a arrecada��o."
Ainda sobre a CPMF, o presidente da C�mara disse ser "totalmente contr�rio" � volta do tributo, classificado por ele como "perverso". "Voc� s� vai aumentar o custo da economia, � uma contribui��o perversa porque ela tributa igualmente toda a economia, afeta o custo dos servi�os", afirmou aos jornalistas. "Isso n�o � a solu��o para a economia. Se o governo tem problema de caixa porque a economia diminuiu, n�o � aumentando impostos que vai resolver o seu problema."
Cunha destacou ainda que o contribuinte brasileiro "n�o aguenta mais pagar" impostos. "� preciso que (o governo) seja mais criativo, que busque retomar a confian�a do mercado para que possa recuperar a economia e a arrecada��o voltar no m�nimo aos n�veis que estavam no ano passado", ressaltou.
ONU
Cunha participa na segunda-feira, 31, da abertura da IV Confer�ncia Mundial de Presidentes de Parlamentos. O presidente da C�mara vai fazer um discurso de cerca de 4 minutos e, segundo ele, o tema central ser� a democracia.
"Vamos falar sobre democracia, at� porque n�s vivemos na democracia e queremos que essa democracia seja compartilhada por todos", adiantou.
Cunha viajou para Nova York com sua mulher, Cl�udia Cruz, e segundo assessores recusou a di�ria oferecida pela C�mara, de US$ 500.