Bras�lia - O subprocurador-geral da Rep�blica, Eitel Santiago, criticou nesta ter�a-feira os questionamentos feitos pela defesa do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva sobre decis�o do Minist�rio P�blico Federal no Distrito Federal de abrir uma investiga��o contra o ex-presidente. "Num sistema republicano, todos podem ser investigados. Me impressiona esse questionamento at� porque o recorrido (procurador Anselmo Lopes), com muita clareza, trouxe � Tribuna que limitou-se a encaminhar not�cias de que tomou conhecimento acerca da pr�tica de atos infracionais", disse.
Em sess�o do Conselho Superior do MP em que o colegiado rejeitou um recurso apresentado pela defesa de Lula, Santiago defendeu a atua��o do procurador e disse que o que o procurador da Rep�blica Anselmo Cordeiro Lopes fez � "nada mais nada menos do que cumprir o dever", justificou. Santiago disse ainda que, para aqueles que se dizem inocentes, "a investiga��o � o melhor atestado que se pode tirar", completou. Santiago ocupou a vice-presid�ncia do Conselho, e foi secret�rio de Seguran�a P�blica durante o governo do senador C�ssio Cunha Lima (PSDB-PB), quando ele era governador da Para�ba, entre 2007 e 2009. Santiago deixou o cargo ap�s a cassa��o do tucano.
Um despacho de Lopes deu in�cio, em maio, a uma investiga��o preliminar contra Lula por suposta pr�tica de tr�fico de influ�ncia nacional e internacional para que empreiteiras como a Odebrecht conseguissem financiamento com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES) no Brasil e em outros pa�ses. O caso foi revelado por reportagem publicada em maio pela Revista �poca.
Por unanimidade, o colegiado rejeitou um recurso apresentado pela defesa do ex-presidente Lula contra decis�o da Corregedoria da Procuradoria Regional da Rep�blica no Distrito Federal, de arquivar um procedimento interno que investigada a conduta de Lopes. Os conselheiros decidiram rejeitar o recurso apresentado pelos advogados de Lula por entenderem que j� h� um questionamento semelhante em curso no Conselho Nacional do Minist�rio P�blico (CNMP) sobre a conduta do procurador, alegando que ele teria agido de forma pessoal.
Os advogados de Lula encaminharam questionamentos � Procuradoria da Rep�blica no Distrito Federal e ao CNMP sobre os motivos que teriam levado Lopes a abrir uma investiga��o preliminar que apura suposta pr�tica de tr�fico internacional de influ�ncia de Lula envolvendo a empreiteira Odebrecht. No in�cio de julho, a Procuradoria decidiu abrir ent�o uma investiga��o formal sobre o caso, o que gerou novos questionamentos por parte da defesa do ex-presidente.
Durante a an�lise do recurso, o procurador Anselmo Lopes se defendeu de cr�ticas de que ele teria motiva��es pessoais para conceder o despacho que deu in�cio ao procedimento investigat�rio. "Nada tenho contra o ex-presidente Luiz In�cio Lula Silva e nem nunca tive. N�o me sinto suspeito para nada, n�o me sinto impedido e n�o tenho inimizade com qualquer membro do Partido dos Trabalhadores", declarou.
J� o advogado de Lula, Cristiano Martins, esclareceu que Lula n�o tem a inten��o de questionar a exist�ncia da investiga��o, mas a forma como ela vem sendo feita. "A impessoalidade � o pressuposto da investiga��o. O que se questiona n�o � aqui a investiga��o", completou.