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Estado de Minas

Depositava oficialmente numa conta do PT, diz delator sobre propina


postado em 03/09/2015 16:07 / atualizado em 03/09/2015 16:53

O dono da UTC Engenharia, Ricardo Pessoa, afirmou na quarta-feira, em depoimento na Justi�a Federal, em Curitiba, que o ex-diretor de Servi�os Renato Duque o encaminhava ao ex-tesoureiro do PT Jo�o Vaccari para pagamento de propina. O delator afirmou que fez dep�sitos oficiais em contas do partido. Pessoa � um dos principais delatores da Lava-Jato e ainda n�o teve sua dela��o premiada tornada p�blica.

Este foi o primeiro depoimento p�blico do delator. Ricardo Pessoa, no entanto, n�o aparece nas imagens da audi�ncia na Justi�a Federal. Desde o in�cio dos processos da Lava-Jato, os depoimentos s�o gravados em v�deo e �udio. A defesa de Ricardo Pessoa pediu para que seu rosto n�o fosse mostrado. Durante a audi�ncia, o juiz S�rgio Moro, que conduz as a��es da Lava-Jato, instruiu o delator para que ele n�o citasse pol�ticos com foro privilegiado durante o depoimento.

Pessoa disse que seu primeiro contato na Diretoria de Servi�os da Petrobras foi Pedro Barusco, ent�o gerente de Engenharia e bra�o direito de Renato Duque. "Depois, o pr�prio Duque me procurou e come�ou a dizer que eu tinha que fazer contribui��es pol�ticas e que essas contribui��es teriam que ir atrav�s do Vaccari."

O juiz S�rgio Moro perguntou: "Essas contribui��es eram como parte do acerto de propina?".

"Sim, como parte, mais claro imposs�vel", respondeu o empreiteiro. "Eu depositava oficialmente numa conta do Partido dos Trabalhadores."

O juiz insistiu: "Essa contribui��o vinha do acerto de propinas para a Diretoria de Servi�os?"

O empreiteiro respondeu: "Sim, para mim eu estava pagando a Vaccari, a mesma coisa."

O delator falou � Justi�a como testemunha de acusa��o no processo em que s�o r�us o presidente da Odebrecht, Marcelo Bahia Odebrecht, e executivos ligados ao grupo.

Presidente da UTC Engenharia, ele � apontado pelo Minist�rio P�blico Federal e pela Pol�cia Federal como o presidente do 'clube vip' das empreiteiras que se apossaram de contratos bilion�rios da Petrobras entre 2004 e 2014. Questionado pelo Minist�rio P�blico Federal se havia feito pagamento de propina a funcion�rios da estatal, o delator confirmou.

"Sim. Eu paguei para o Pedro Barusco (ex-gerente executivo da Petrobras). Renato Duque sempre me encaminhou para o senhor Jo�o Vaccari. Eu nunca dei propina na m�o do senhor Renato Duque. Era sempre encaminhado o assunto para o senhor Jo�o Vaccari", afirmou Ricardo Pessoa.

PT, PMDB e PP s�o suspeitos de lotear diretorias da Petrobras para arrecadar entre 1% e 3% de propina em grandes contratos, mediante fraudes em licita��es e conluio de agentes p�blicos com empreiteiras organizadas em cartel. O esquema instalado na estatal foi desbaratado pela for�a-tarefa da Lava-Jato.

Ricardo Pessoa contou que os valores-base para pagamento de propina era de 1% para a Diretoria de Servi�os, comandada por Duque, e para a Diretoria de Abastecimento, liderada por Paulo Roberto Costa, primeiro delator da Lava-Jato. "A refer�ncia inicial era para a Diretoria de Servi�os 1%, para a Diretoria de Abastecimento 1%. Mas isso era s� refer�ncia. Caberia a negocia��o depois de cada um. Eu, por exemplo sempre negociei o m�ximo que eu pude."

Pessoa foi preso em novembro de 2014, na Opera��o Ju�zo Final, etapa da Lava-Jato que derrubou o bra�o empresarial do esquema de propinas na estatal. O delator foi para regime domiciliar em mar�o deste ano.


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