Bras�lia, 11 - Investigado na Opera��o Lava-Jato, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), negou ser pr�ximo do deputado federal An�bal Gomes (PMDB-CE) e disse ter rela��o "protocolar" com o parlamentar. Os investigadores da Opera��o Lava-Jato suspeitam que o presidente do Senado tenha se valido da ajuda de Gomes para receber propina do esquema montado na estatal petroleira.
Em depoimento prestado � Pol�cia Federal e ao Minist�rio P�blico Federal no fim de agosto, o senador negou com veem�ncia ter participado do esquema respons�vel por desviar recursos da Petrobras. Renan disse ainda que os encontros com Gomes se deram para tratar de "assuntos partid�rios" apenas.
O encontro teria sido realizado h� cerca de quatro anos e foi motivado, segundo o presidente do Senado, por um pedido de apoio feito por Costa para assumir a diretoria de Explora��o da estatal. No depoimento, Renan diz que estavam presentes na ocasi�o o senador Romero Juc� (PMDB-RR), tamb�m investigado na Lava Jato, e o ex-presidente da C�mara Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), hoje ministro do Turismo.
Renan disse ter informado a Costa que o apoio n�o seria poss�vel e que o assunto teria sido encerrado nesta ocasi�o. Ele nega que tenha autorizado Gomes ou qualquer outra pessoa a usar seu nome para neg�cios com a estatal ou para apoio pol�tico em cargos. �s acusa��es de Costa, de que ele se beneficiou dos recursos desviados, o presidente do Senado atribuiu a "algu�m" que queira incrimin�-lo, mas n�o especifica quem seria o autor.
Sobre os demais envolvidos no esquema, Renan nega ter qualquer contato "p�blico ou particular" com Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano. Ele negou tamb�m conhecer o ex-diretor da estatal Jorge Zelada e o lobista J�lio Camargo, ambos investigados na Lava Jato.
Sobre o ex-diretor da �rea Internacional da Petrobras Nestor Cerver�, Renan disse conhec�-lo, embora n�o se recorde quando foram apresentados e nem por quem. O presidente do Senado disse que "faz-se uma confus�o sobre este suposto apoio feito pelo PMDB" �s indica��es para a diretoria internacional da petroleira.
Ele diz que o apoio, na verdade, tinha origem no senador Delc�dio Amaral (PMDB-MS), que j� comandou a �rea. Renan negou ainda conhecer Jorge Zelada, que tamb�m ocupou a dire��o da �rea Internacional da Petrobras, e � alvo das investiga��es da Lava-Jato. Aos investigadores, Renan disse ter sido apresentado a Gomes por interm�dio de seu irm�o, Olavo Calheiros, entre 2009 e 2010. De acordo com Gomes, a apresenta��o entre eles foi feita entre 1995 e 1996. Ambos confirmaram � PF que o filho do presidente do Senado, Rodrigo Calheiros, trabalhou no gabinete de Gomes a pedido de Olavo Calheiros, quando este ainda era deputado.
Patrim�nio
Em depoimento � PF, Gomes n�o soube explicar sua evolu��o patrimonial entre 2006 e 2010. De acordo com a declara��o de bens feita � Justi�a Eleitoral nos dois anos, em 2006 ele afirmou possuir patrim�nio de menos de R$ 300 mil, valor que subiu para R$ 6,8 milh�es em 2010.