Bras�lia, 11 - O doleiro Alberto Youssef, delator da Opera��o Lava Jato, revelou a investigadores uma reuni�o que teve com o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), em Bras�lia, para discutir "conflitos internos" no partido por causa da distribui��o de recursos oriundos do esquema de corrup��o na Petrobras, que teriam chegado ao conhecimento do Pal�cio do Planalto.
De acordo com o delator, o conflito dentro do PP foi levado pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa aos ex-ministros Ideli Salvatti e Gilberto Carvalho ent�o respons�veis pela Secretaria de Rela��es Institucionais e Secretaria-Geral da Presid�ncia da Rep�blica, respectivamente. Costa assumiu o comando da diretoria da estatal em 2004, por indica��o do PP.
Em seu depoimento, o doleiro afirmou que o ex-diretor da Petrobras disse em reuni�es que necessitava de uma "indica��o" do Planalto a respeito de qual ala do PP deveria receber os recursos do esquema de corrup��o. As reuni�es nas quais o ex-diretor fez as afirma��es, segundo Youssef, foram realizadas com a presen�a de parlamentares do partido.
De acordo com o doleiro, o deputado Nelson Meurer (PP/PR) e o ex-ministro de Cidades M�rio Negromonte (governo Dilma Rousseff) relataram terem tratado da distribui��o de vantagens do esquema de corrup��o na Petrobras com Ideli e Gilberto Carvalho.
J� Paulo Roberto Costa negou que o assunto tivesse sido levado ao Planalto. Em depoimento no final de julho, o ex-diretor de Abastecimento afirmou que ocorreram tratativas com o PP, inclusive para alterar o operador da distribui��o de propinas, j� que o grupo liderado por Ciro Nogueira n�o confiava em Youssef.
Costa negou ter conversado com Ideli ou Gilberto Carvalho sobre problemas com o PP e disse que aguardou a defini��o do pr�prio partido a respeito do grupo que deveria receber os recursos.
Youssef disse, ainda, que o senador Ciro Nogueira (PI) recebeu US$ 150 mil para se filiar ao PP, partido que preside atualmente. Em depoimento do in�cio de julho, o doleiro relatou que o dinheiro foi passado por ele ao ex-deputado Jos� Janene, morto em 2010, e n�o foi oriundo do esquema de corrup��o na Petrobras. Segundo Youssef, o dinheiro saiu de seus recursos "pr�prios", obtidos a partir do esquema conhecido como Banestado - esc�ndalo da evas�o de cerca de US$ 30 bilh�es.
"Com rela��o ao senador Ciro Nogueira, o declarante afirma que a sua vinda para o Partido Progressista custou cento e cinquenta mil d�lares; que este valor foi pago ao pr�prio Ciro Nogueira", escrevem os investigadores em relat�rio elaborado a partir do depoimento de Youssef.
O relat�rio integra o inqu�rito que investiga suposta forma��o de quadrilha por 39 pessoas para organizar o esquema de corrup��o na Petrobras. Ciro Nogueira deixou o PFL para se filiar ao PP em 2002.