O ex-presidente da divis�o de Engenharia da Camargo Corr�a Dalton dos Santos Avancini confirmou em depoimento � Justi�a Federal, na manh� desta ter�a-feira, a exist�ncia do cartel em contratos da Petrobras e detalhou o suposto envolvimento da empreiteira Andrade Gutierrez, no esquema de fraudes e propina em contratos da estatal.
"Existiram reuni�es, quando se decidiu quem seriam os vencedores do Comperj", afirmou Avancini ao ser ouvido pelo juiz federal S�rgio Moro, que conduz os processos da Opera��o Lava-Jato, em a��o penal contra executivos da Andrade Gutierrez.
As obras do Complexo Petroqu�mico do Rio (Comperj), iniciadas em 2008, por mais de US$ 8 bilh�es, foi alvo da divis�o de obras entre empresas do cartel, alvo da Lava-Jato. Foi nesta obras que foi montando a tabela do "Bingo Fluminense", que classificava os pacotes de obras como torneio e previa os contratos como pr�mios.
Avancini apontou que as reuni�es do cartel foram feitas inclusive na sede da Andrade Gutierrez - empresa que seria do grupo de l�deres. Um dos encontros citados por ele teria ocorrido em 12 de setembro de 2011. Ele apontou o executivo Elton Negr�o como representante de contato da empreiteira.
"Tinham v�rias dessas reuni�es. Por isso n�o me recordo de detalhes destas reuni�es. Mas esta reuni�o foi mencionada porque � uma reuni�o que foi feita na sede da Andrade, j� em 2011, e acredito que um dos motivos dessa reuni�o discuss�es do projeto do Comperj que estavam por vir", afirmou Avancini, ao ser questionado pelo procurador da Rep�blico Paulo Roberto Galv�o.
Segundo o executivo da Camargo, houve direcionamento dos contratos dentro das reuni�es do cartel. "Essas decis�es n�o se tomavam em uma reuni�o. Havia um direcionamento que vinha sendo constru�do e provavelmente nessa reuni�o foi para se confirmar isso."
Delator da Opera��o Lava Jato, Avancini foi ouvido na a��o penal em que s�o r�us o presidente da Andrade Gutierrez, Ot�vio Marques de Azevedo, e executivos da empreiteira - uma das l�deres do esquema de corrup��o na Petrobras que pagava propinas de 1% a 3% nos contratos da estatal para o PT, PMDB e PP.
Regra
O delator afirmou que "todas as empresas pagavam propina". "Era uma regra e todo mundo pagava." Questionado pelo juiz S�rgio Moro, Avancini explicou que a propina paga pelo cartel era repassado � Petrobras dentro do custo da obra. "Na forma��o de pre�o j� se inclu�a que haveria esse 1% que seria pago como propina para as diretorias", explicou o executivo. Segundo o ex-presidente da Camargo, o valor era embutido em forma de provis�o no item "conting�ncias".