O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, n�o atendeu o pedido da Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR) para reconsiderar a decis�o de redistribuir um trecho de investiga��o em que a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) � citada. O caso saiu do gabinete de Teori Zavascki, relator da Opera��o Lava Jato na Corte, ap�s o ministro entender que n�o h� rela��o entre o relat�rio que aponta ind�cios contra a petista e o esquema de corrup��o na Petrobras. Ap�s sorteio feito pela presid�ncia do Tribunal, a relatoria do caso passou a ser do ministro Dias Toffoli.
A PGR recorreu ao STF contra o encaminhamento do caso a Toffoli, sob alega��o de que existe elo entre as informa��es sobre a senadora petista e a Lava Jato. "Dentro do esquema apurado na Lava Jato, Ricardo Pessoa (dono da UTC) referia que os valores pagos a t�tulo de propina eram 'descontados' da 'conta-corrente' que mantinha com o Partido dos Trabalhadores", escreveu a vice-procuradora-geral sobre o caso.
Lewandowski entendeu que n�o cabe o recurso da PGR contra a decis�o de redistribuir o procedimento, que n�o se trata ainda de investiga��o formal sobre a ex-ministra da Casa Civil. O presidente do STF negou o seguimento do agravo proposto pela PGR, sem analisar o m�rito do pedido. A Procuradoria pode insistir no questionamento para levar o caso ao Plen�rio da Corte.
O temor de investigadores da for�a-tarefa da Lava Jato � de que a decis�o do STF traga impacto nos casos conduzidos em Curitiba (PR) pelo juiz federal S�rgio Moro. A defini��o do Supremo pode abrir brecha para questionamentos sobre a compet�ncia de Moro para conduzir outros casos que n�o est�o diretamente ligados ao esquema na Petrobras.
Em agosto, Moro encaminhou ao STF, como desdobramento das investiga��es, relat�rio em que Gleisi aparece como suposta benefici�ria de parte de valores que transitaram pelo 'Fundo Consist' - empresa envolvida em desvios de empr�stimos consignados no �mbito do Minist�rio do Planejamento. O ex-ministro Paulo Bernardo (Comunica��o e Planejamento), marido de Gleisi, tamb�m � citado nas informa��es encaminhadas ao STF. Os documentos surgiram ap�s a deflagra��o da 18ª fase da Lava Jato, a Pixuleco II, e fazem parte de dados apreendidos em escrit�rio de advocacia de Curitiba.
O ministro Teori Zavascki apontou que os trechos que envolvem a petista n�o mostram "rela��o imediata" com as investiga��es em andamento sobre corrup��o na Petrobras, que ficam sob sua relatoria. J� a PGR sustenta que repasses passaram pela conta do ex-tesoureiro do PT, Jo�o Vaccari, o que refor�a a conex�o com o esquema investigado na Opera��o Lava Jato. A situa��o de Gleisi, segundo a vice-procuradora-geral da Rep�blica, Ela Wiecko, que assinou a pe�a encaminhada ao STF, mostra "liame m�nimo de conex�o dos pagamentos de valores envolvendo as propinas da Petrobras 'administradas' pelo ex-tesoureiro do PT, Jo�o Vaccari, e estas envolvendo a Consist".
J� foram redistribu�dos no Tribunal, por falta de conex�o com a Lava Jato, pedidos de investiga��o relativos ao ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e ao senador Aloysio Nunes (PSDB-SP). Nestes casos, tanto a PGR como Zavascki apontaram que n�o h� rela��o entre as apura��es e o esquema de corrup��o na Petrobras.