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Estado de Minas

Empreiteiro diz que Dirceu pediu doa��o para campanha do filho

Ex-ministro virou r�u em a��o penal da Opera��o Lava-Jato, pelos crimes de corrup��o, lavagem de dinheiro e organiza��o criminosa


postado em 16/09/2015 15:19 / atualizado em 16/09/2015 15:28

O empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da UTC Engenharia, afirmou em sua dela��o premiada que fez uma doa��o de R$ 100 mil, nas elei��es de 2010, a pedido do ex-ministro Jos� Dirceu, para a campanha de seu filho, o deputado federal Zeca Dirceu (PT-PR).

"Atendendo a pedido de Jos� Dirceu em 2010, fez uma contribui��o oficial para a campanha do filho dele para o cargo de deputado federal no valor de R$ 100 mil", afirmou Pessoa, em seu termo de dela��o 21 feito na Procuradoria Geral da Rep�blica, no dia 28 de maio.

Na ter�a-feira, o ex-ministro virou r�u em a��o penal da Opera��o Lava-Jato, pelos crimes de corrup��o, lavagem de dinheiro e organiza��o criminosa. Segundo o Minist�rio P�blico Federal, Dirceu - que est� preso desde 3 de agosto - teria usado sua empresa, a JD Assessoria e Consultoria, para receber propinas do esquema de desvios e contratos superfaturados na Petrobras, entre 2004 e 2014.

Ao todo, Zeca Dirceu declarou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o recebimento de R$ 1,5 milh�o em doa��es, nas disputas de 2010. A doa��o dos R$ 100 mil da UTC n�o aparece nos registros de contas do candidato. O valor foi repassado, segundo consta nos registros oficiais, no dia 17 de setembro, para o Comit� Financeiro �nico do PT no Paran�. No dia 22 de setembro, o comit� repassou R$ 100 mil para a candidatura de Zeca.

Nas elei��es de 2010, Zeca Dirceu foi eleito deputado federal pelo PT do Paran� com 109 mil votos, sendo o segundo deputado mais votado do partido no Estado. "Este pedido foi muito antes dos contratos de consultoria com Jos� Dirceu", acrescentou o empreiteiro. "N�o abateu esta contribui��o de qualquer valor devido, seja ao PT ou a Jos� Dirceu."

O dono da empreiteira UTC - uma das acusadas de cartel e corrup��o na Petrobras - confessou em sua dela��o premiada que pagou R$ 1,4 milh�o para Dirceu por consultorias no Peru, em 2012, e depois outros R$ 1,7 milh�o como 'ajuda', quando ele j� estava condenado e depois preso pelo processo do mensal�o.

"Como Jos� Dirceu j� estava envolvido com o processo do Mensal�o, Luiz Eduardo (irm�o do ex-ministro e s�cio), em certa data, veio procurar o declarante pedindo um aditivo ao contrato", registrou a Procuradoria-Geral da Rep�blica. "Luiz Eduardo afirmou que a JD estava passando por dificuldades financeiras", contou Ricardo Pessoa.

A UTC foi uma das empreiteiras acusadas de cartel e corrup��o em contratos da Petrobras, que fatiavam obras e pagavam propinas de 1% a 3% para PT, PMDB e PP - partidos da base de sustenta��o do governo Dilma Rousseff.

"Depois da pris�o de Jos� Dirceu, claramente n�o houve nenhuma presta��o de servi�os", garantiu Pessoa, apontando que com certeza os pagamentos desse segundo aditivo foram feitos sem qualquer consultoria prestada.

Registrado

A Opera��o Lava-Jato j� havia recebido a confirma��o de tr�s outros delatores de que foram feitas doa��es para a campanha de Zeca Dirceu, a pedido do pai: os operadores de propina Milton Pascowitch e seu irm�o Jos� Adolfo e o Julio Gerin Camargo. Os tr�s ligados diretamente aos recebimentos de valores por parte do ex-ministro no esquema de corrup��o na Petrobras. Cada um declarou ter repassado R$ 10 mil para a campanha.

O filho do ex-ministro recebeu ainda mais R$ 10 mil de Raul Ramires, da Hope Recursos Humanos, uma das empresas alvo da 17ª fase da Lava-Jato - Opera��o Pixuleco. Ela teria pago propina de R$ 500 mil por m�s ao grupo ligado a Jos� Dirceu dentro da Petrobr�s, entre os anos de 2003 e 2014. A empresa presta servi�os para a estatal na �rea de recursos humanos.

Em nota, a assessoria de comunica��o do deputado Zeca Dirceu disse que todas as doa��es recebidas na campanha de 2010 foram legais e aprovadas pela Justi�a Eleitoral. "Os nomes dos doadores s�o de conhecimento p�blico desde 2010 e eles j� foram, no in�cio deste ano, divulgados novamente por v�rios �rg�os de imprensa. Durante o debate sobre a Reforma Pol�tica, o deputado defendeu o fim das doa��es de empresas para candidatos, assim como obteve destaque na luta para impor r�gidos limites �s despesas de campanhas e duras penas a quem infringi-los."


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