Vars�via, 17 - O vice-presidente Michel Temer insinuou nesta quinta-feira, 17, em Vars�via, na Pol�nia, que continua contr�rio � recria��o da CPMF, uma das principais medidas do plano para suprir o d�ficit fiscal de R$ 30 bilh�es em 2016 apresentado pelo governo na segunda-feira, em Bras�lia. "Voc�s conhecem a minha posi��o", afirmou, quando questionado pelo jornal O Estado de S.Paulo. Temer disse ainda que na segunda-feira ter� uma posi��o sobre o pacote de corte de gastos e aumento de impostos.
H� tr�s semanas, o vice-presidente havia afirmado a uma plateia de empres�rios em S�o Paulo ser contr�rio � recria��o de uma contribui��o sobre movimenta��es financeiras. "Voc�s conhecem a minha posi��o. Eu vou apenas ouvir um pouco o PMDB, ouvir a posi��o do congresso e conversar com a presidente naturalmente", afirmou Temer, completando: "O que eu quero � ajudar o Brasil".
A declara��o indica que o vice-presidente manter� sua posi��o contr�ria, mas Temer se recusou a explicar sua resposta quando voltou a ser indagado. Para alimentar a ambiguidade de sua manifesta��o em Vars�via, questionado sobre o que � necess�rio para aprovar o pacote de medidas o vice-presidente respondeu: "Boa vontade".
Em 31 de agosto, durante o 7� F�rum Exame, em S�o Paulo, Temer foi expl�cito em sua cr�tica ao retorno do imposto. "O que a sociedade n�o aplaude � o retorno repentino de um tributo, como ocorreu com a CPMF", afirmou. Em outro momento do semin�rio, ele reiterou: "N�s estamos em uma crise seri�ssima. N�o vamos pensar em uma carga tribut�ria muito elevada. Ningu�m quer isso, ningu�m suporta isso".
Entretanto, na segunda-feira, 17, em Moscou, ministros que integravam a delega��o brasileira, como Henrique Eduardo Alves, do Turismo, relataram o conte�do da conversa telef�nica entre Temer e Dilma Rousseff minutos antes do an�ncio do pacote em Bras�lia. Pelo relato de Alves, confirmado pelo ministro da Secretaria dos Portos, Edinho Ara�jo, Temer ouviu os argumentos e teria aceitado os motivos alegados pela presidente. "Ele concordou com a argumenta��o que ela (Dilma) fez, com as motiva��es que ela apresentou. Ao chegar ao Brasil ele vai trabalhar para ajudar nessa rela��o com o Poder Legislativo", disse Alves.
Temer falou aos jornalistas por exatos 97 segundos na sa�da de uma reuni�o para assinatura de atos no Minist�rio de Neg�cios Estrangeiros, em Vars�via. Mais cedo, ele j� havia cumprido intensa agenda oficial no pa�s, com encontros com a primeira-ministra polonesa, Ewa Kopacz, e com o presidente Andrzej Duda.
Essa foi a segunda etapa de sua viagem pela Europa, ap�s a passagem por Moscou, onde se encontrou com o primeiro-ministro da R�ssia, Dmitri Medvedev.
Em toda a viagem, Temer evitou conversar com os jornalistas brasileiros, argumentando que n�o queria se manifestar sobre temas correntes no Brasil, como a crise pol�tica e econ�mica e o pacote de cortes e aumento de impostos apresentado pelo ministros Joaquim Levy e Nelson Barbosa na segunda. Em todos os cinco dias de viagem, a mais longa entrevista que concedeu a jornalistas brasileiros foi de 98 segundos.