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Estado de Minas

Contas atribu�das a Cunha na Su��a somam quase US$ 5 milh�es

Verba do presidente da C�mara e de parentes est� congelada no pa�s europeu. Institui��o financeira aponta que o parlamentar tentou esconder seu nome da conta e a renda movimentada era muito superior ao que o peemedebista havia declarado


postado em 01/10/2015 16:37 / atualizado em 01/10/2015 16:58

A Su��a congelou perto de US$ 5 milh�es em ativos em nome do presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e de seus parentes. Uma auditoria interna do banco que guarda esses valores, cuja identifica��o n�o foi divulgada, foi respons�vel pelo informe que levou � abertura de a��o criminal no pa�s europeu por suspeita de lavagem de dinheiro. Essa investiga��o foi enviada ontem pelo Minist�rio P�blico su��o � Procuradoria-Geral da Rep�blica no Brasil.

(foto: José Cruz/ Agência Brasil)
(foto: Jos� Cruz/ Ag�ncia Brasil)

A institui��o financeira entregou aos procuradores da Su��a, em abril de 2015, um informe em que apontava para as irregularidades e fazia duas constata��es: Cunha havia criado uma estrutura para tentar esconder seu nome da conta e a renda movimentada era muito superior ao que o peemedebista havia declaro como sal�rio.


O alerta deu um in�cio a uma investiga��o formal, que resultou em um congelamento dos ativos de Cunha e de parentes em diversas contas. "O Escrit�rio do Procurador-Geral da Su��a confirma que abriu um processo criminal contra Eduardo Cunha sob a base de suspeita de lavagem de dinheiro, ampliando em sequ�ncia para corrup��o passiva", indicou o MP su��o.

"Em abril de 2015, a Procuradoria recebeu um informe de lavagem de dinheiro por um banco su��o", confirmou o escrit�rio do procurador Michael Lauber.

Lava Jato

A Su��a investiga pagamentos relacionados � Petrobras desde mar�o de 2014, quando foi deflagrada no Brasil a Opera��o Lava Jato. Durante meses, o Minist�rio P�blico su��o pediu que bancos entregassem � Justi�a detalhes sobre dezenas de contas. At� agora, mais de 300 j� foram identificadas e bloqueadas.

No caso de Cunha, a confirma��o veio justamente do informe de um banco. "Depois de abrir um processo, os ativos de Eduardo Cunha foram congelados", confirmaram as autoridades su��as.

Fontes pr�ximas do caso indicam que os documentos enviados ao Brasil apontam para cerca de US$ 5 milh�es congelados em nome do deputado e de seus familiares, em diferentes contas e com diferentes ativos. Mas o MP su��o prefere n�o divulgar o valor oficialmente por enquanto.

Os su��os passaram a examinar com cuidado os dados dos dep�sitos depois que ficou claro que Cunha aparecia como "benefici�rio" de uma conta apontada pelo banco como "suspeita". Segundo investigadores su��os, a manobra � normalmente usada por quem tenta esconder algo, seja da Justi�a ou de algum ator exterior.

O banco tamb�m encontrou "disparidades" entre a renda do deputado declarada e os valores transferidos, al�m de registrar que parte dos dep�sitos vinham de contas que j� estavam sendo rastreadas.

Sob press�o da Justi�a, mais de 30 bancos su��os passaram a colaborar desde meados de 2014 no caso, entre eles o Julius Baer, Pictet, Cramer, HSBC e outros de grande porte. A Su��a chegou a alertar que o "caso Petrobras" teve um importante impacto na pra�a financeira su��a e revelou a fragilidade dos controles dos bancos em identificar a origem do dinheiro.

Berna tamb�m indica que decidiu transferir a investiga��o sobre o caso para o Brasil, sob a justificativa de que n�o faria sentido manter a a��o diante da impossibilidade de pedir a extradi��o do brasileiro. Mas insiste que a meta da transfer�ncia do caso � a de permitir que o deputado seja investigado e julgado no Brasil.

Delatores

Outro fator-chave foi a pista dada por operadores do esquema. No in�cio da semana, o Estado revelou que os su��os abriram investiga��es criminais contra os lobistas Fernando "Baiano" Soares e Jo�o Augusto Henriques, apontados como operadores do PMDB no esquema na estatal petrol�fera, sempre com o foco em Cunha e com o objetivo de fechar o cerco no deputado.

Henriques, preso em 21 de setembro, disse que fez um dep�sito em uma conta na Su��a para Cunha. Mas n�o saberia dizer quem era o titular da conta. Ao rastrear o dep�sito, o MP su��o constatou que de fato Cunha era o benefici�rio do dinheiro.

Comiss�es para obras da Petrobras no Benin, na �frica, teriam alimentado a conta, segundo a suspeita da Justi�a.

Depois de uma semana de negocia��es entre o MP su��o e o brasileiro, os dados da conta secreta que teria Cunha como benefici�rio foram repassados ao Brasil em meados da semana, assim como os detalhes de quem fez dep�sitos.

No total, a Su��a anunciou a exist�ncia de US$ 400 milh�es bloqueados em mais de 300 contas do pa�s. Mais de US$ 150 milh�es j� est�o autorizados a retornar ao Brasil.

No caso de Cunha, por�m, o dinheiro bloqueado apenas seria devolvido se o deputado aceitar sua entrega aos cofres p�blicos brasileiros ou se for condenado em �ltima inst�ncia no Pa�s. O processo, por�m, pode levar anos.

Outro fator importante no processo foi a investiga��o aberta tamb�m na Su��a contra o ex-gerente da �rea Internacional da Petrobras Eduardo Musa, novo delator da Opera��o Lava Jato e que tamb�m citou o presidente da C�mara. Seus ativos j� foram bloqueados e procuradores tentam tra�ar o destino e origem do dinheiro que alimentou suas contas. No Brasil, Musa afirmou que chegou a ter US$ 2,5 milh�es no banco Cramer e admitiu ter usado tamb�m o Credit Suisse e o Julios Baer.

Musa ainda disse � for�a-tarefa ter ouvido de Henriques que "quem dava a palavra final" em rela��o �s indica��es para a Diretoria Internacional da Petrobr�s era o deputado Eduardo Cunha.

Condenado na Opera��o Lava Jato, Fernando Baiano fechou acordo de dela��o premiada e confirmou o relato de outro lobista, Julio Camargo, de que o presidente da C�mara teria recebido propina de pelo menos US$ 5 milh�es por contratos de aluguel de navios-sonda pela Petrobras.


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