Genebra, 02 - O presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), abriu empresas de fachada em para�sos fiscais para esconder seu nome nas contas registradas na Su��a. A informa��o, revelada pelo site
estadao.com.br
foi repassada pelo Minist�rio P�blico su��o � Procuradoria-Geral da Rep�blica. Autos de uma investiga��o contra o peemedebista foram encaminhadas na quarta-feira, 30, para as autoridades brasileiras.
A Su��a j� congelou cerca de US$ 5 milh�es em quatro contas banc�rias cujos benefici�rios s�o o presidente da C�mara e seus parentes.
Auditoria interna do banco que guarda esses valores - cujo nome n�o foi divulgado - foi respons�vel pelo informe que levou � abertura da a��o criminal contra Cunha no pa�s europeu por suspeita de lavagem de dinheiro e corrup��o passiva.
Em abril deste ano a institui��o financeira entregou aos procuradores su��os um informe no qual sugeria que o peemedebista havia criado uma estrutura para tentar esconder seu nome da conta. Segundo fontes ouvidas pela reportagem, Cunha abriu empresas de fachada em para�sos fiscais que seriam as titulares das quatro contas. Seu nome, portanto, apenas apareceria como um "benefici�rio".
'Disparidades'
Segundo investigadores da Su��a, a manobra � normalmente usada por quem tenta esconder algo, seja da Justi�a ou de algum ator exterior. A auditoria do banco su��o tamb�m encontrou "disparidades" entre a renda do deputado declarada e os valores transferidos. Parte dos dep�sitos vinham de contas que j� estavam sendo rastreadas.
"O Escrit�rio do procurador-geral da Su��a confirma que abriu um processo criminal contra Eduardo Cunha sob a base de suspeita de lavagem de dinheiro, ampliando em sequ�ncia para corrup��o passiva", informou a assessoria do procurador-geral Michael Lauber.
O presidente da C�mara j� foi denunciado pela Procuradoria-Geral da Rep�blica ao Supremo Tribunal Federal por corrup��o e lavagem de dinheiro.
A apura��o da movimenta��o das contas teve in�cio com a coopera��o entre os procuradores dos dois pa�ses. A Su��a investiga os pagamentos relacionados com a Petrobr�s desde mar�o de 2014 e, durante meses, pediu que bancos entregassem � Justi�a detalhes sobre dezenas de contas. At� agora, mais de 300 j� foram identificadas e bloqueadas com cerca de US$ 400 milh�es. Mais de US$ 150 milh�es j� est�o autorizados a retornar ao Brasil.
Mais de 30 bancos do pa�s passaram a colaborar no caso, entre os quais Julius Baer, Pictet, Cramer, HSBC e outros de grande porte. Autoridades su��as chegaram a reconhecer que o "caso Petrobr�s" teve um importante impacto na pra�a financeira.
O Minist�rio P�blico da Su��a repassou � Procuradoria-Geral da Rep�blica todos os dados obtidos, sem prosseguir com a a��o criminal contra Cunha. O objetivo � permitir que o deputado seja investigado no Brasil.
Fundamental na localiza��o das contas atribu�das a Cunha foram os depoimentos prestados por acusados que fecharam acordos de dela��o premiada com a for�a-tarefa da Opera��o Lava Jato. Os su��os abriram investiga��es criminais, por exemplo, contra os lobistas Fernando Ant�nio Falc�o Soares, o Fernando "Baiano", e Jo�o Augusto Henriques, apontados como operadores do PMDB.
Cunha e sua defesa n�o se manifestaram sobre as apura��es na Su��a.