Bras�lia, 16 - O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, deixou perto das 18h desta sexta-feira, o Pal�cio do Alvorada sem falar com a imprensa. Visivelmente contrariado, sem gravata e apressado, ele chegou ao minist�rio e evitou fazer coment�rios sobre sua poss�vel sa�da da Pasta. Ele estava em reuni�o desde as 15h com a presidente Dilma Rousseff e os ministros Jaques Wagner (Casa Civil) e Nelson Barbosa (Planejamento). Ao entrar, abordado por jornalistas, Levy limitou-se a dizer que "a reuni�o acabou".
Os tr�s ministros fazem parte da junta or�ament�ria e, oficialmente, o encontro teve o objetivo de discutir a necessidade de rever a meta fiscal desse ano, al�m de definir as prioridades da agenda legislativa. Desde ontem, circulam rumores sobre uma sa�da de Levy do governo.
Mais cedo, o Minist�rio da Fazenda divulgou uma nota negando que Levy havia preparado uma carta de demiss�o para entregar para a presidente.
Nos �ltimos dias, aumentou muito a press�o do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, de parlamentares do PT e de sindicalistas da Central �nica dos Trabalhadores (CUT) pela demiss�o de Levy. Eles entendem que o ministro mant�m discurso excessivamente concentrado no ajuste fiscal e tem vis�o de tesoureiro, e n�o uma perspectiva mais ampla da pol�tica macroecon�mica. Isto �, Levy n�o seria capaz de conduzir o Pa�s para al�m do ajuste fiscal, num cen�rio de crescimento e agenda positiva.
Junto a presidente Dilma, no entanto, Levy sempre teve mais prest�gio. No �ltimo dia 3 de setembro, Levy chegou a postergar seu embarque para a Turquia, onde participaria de reuni�o dos ministros de finan�as dos pa�ses do G-20, para reunir-se com Dilma - na �poca, a press�o de Lula, do PT e da CUT j� era muito grande. Dilma prestigiou Levy, que, desde ent�o, atravessou per�odo de relativa calmaria no cargo, at� a press�o voltar a se intensificar, na �ltima semana.
Segundo auxiliares do ministro, Levy ficou descontente com as sucessivas cr�ticas feitas pelo ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva � condu��o da pol�tica econ�mica, mas deve permanecer no cargo at� o fim do ano.