Uma investiga��o na Noruega confirma que uma das principais empresas do setor de petr�leo do pa�s "provavelmente" pagou milh�es em propinas para garantir contratos com a Petrobr�s. Na noite de sexta-feira, a pol�cia escandinava fez uma opera��o de busca nos escrit�rios da empresa Sevan Drilling, do grupo Sevan Marine. A companhia admitiu que seus informes internos foram entregues �s autoridades e que a empresa � acusada de corrup��o no Brasil.
A auditoria conduzida pelo escrit�rio Selmer concluiu que "� mais prov�vel que pagamentos ilegais tenham sido feitos para garantir contratos com a Petrobr�s". Eles seriam para a compra de instala��es para estocagem e navios, al�m de material para perfura��o das subsidi�rias Sevan Driller e Sevan Brasil.
O informe encontrou ind�cios de atos suspeitos e transa��es que "constituem tanto neglig�ncia por parte da Sevan ou um conflito de interesse". "Tais atos podem potencialmente representar um crime financeiro", indicou. Fontes na empresa insistem que os funcion�rios envolvidos j� n�o trabalham na companhia e a principal atua��o teria uma rela��o direta com os contratos de seis anos no campo de Piranema.
No Brasil, a empresa teria feito o pagamento gra�as a Raul Schmidt Felippe Junior, representante da companhia norueguesa no Rio de Janeiro at� 2007 e, depois, e apontado pela investiga��o da Lava Jato como "parceiro" de Jorge Zelada, ex-diretor da �rea de Internacional da Petrobras. Ele teria feito parte de opera��es para camuflar recursos desviados da estatal, Shmidt � suspeito de ter negociado com a Sevan Marine que, em 2008, assinou um contrato de US$ 975 milh�es com a estatal para fornecer equipamentos em opera��es de explora��o em em �guas profundas.
Em um comunicado, a Sevan Marine indica que apresentou um comunicado � Bolsa de Valores de Oslo para indicar que havia recebido o informe final da auditoria interna e que " decidiu entregar para as autoridades norueguesas para investiga��o e processo de crime econ�mico e ambiental ".
"A Sevan Drilling foi acusada de violar as se��es 276a e 276b do C�digo Penal Noruegu�s em rela��o ao pagamento feito em rela��o aos contratos de 2012 � 2015, originalmente dados pela Petrobras para a Sevan Marine no per�odo entre 2005 e 2008 ", indicou o comunicado oficial. "A empresa est� cooperando com as autoridades para identificar e disponibilizar todos os documentos", indicou a companhia. "Vamos continuar cooperando com as autoridades em todas as jurisdi��es", completou.
Agora, a auditoria vai investigar se ex-executivos da Petrobr�s deram informa��es privilegiadas para a empresa norueguesa garantir os contratos. A procuradora norueguesa, Marianne Djupesland, confirmou que diversos membros da dire��o da empresa foram questionados, entre eles o fundador da companhia e ex-CEO, Jan-Erik Tveteraas. Em junho, ele havia declarado para a imprensa local que havia ficado " chocado " com a not�cia do envolvimento de seu ex-funcion�rio no Rio. "Ele abusou de nossa confian�a", disse.
Em Oslo, o caso j� � considerado como um dos maiores esc�ndalos de corrup��o, num pa�s que faz quest�o de apresentar uma imagem de transpar�ncia. As investiga��es, por�m, apontam que a propina poderia ter chegado a US$ 20 milh�es. Parte do dinheiro teria tido como destino o banco su��o Julius Baer, em nome de Zelada. Outra parte poderia ter sido encaminhada para contas em M�naco.
O presidente da empresa norueguesa, Siri Hatlen, confirmou que, diante dos resultados da investiga��o, "decidiu dar as informa��es para a Justi�a". "Somos uma empresa cotada na Bolsa e depende de uma boa reputa��o", comentou. "Temos toler�ncia zero com a corrup��o", completou.