S�o Paulo, 18 - O lobista Fernando Falc�o Soares, o Fernando Baiano, apontado como operador de propinas do PMDB, afirmou � Procuradoria-Geral da Rep�blica, em dela��o premiada, que o presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pediu propina em forma de doa��o eleitoral para o partido.
As declara��es de Baiano foram prestadas no dia 10 de setembro e juntadas ao pedido que gerou novo inqu�rito contra Cunha no Supremo Tribunal Federal. A sugest�o do atual presidente da C�mara teria sido feita em 2012, ano das elei��es municipais.
O modelo recomendado � o mesmo que a Opera��o Lava Jato atribui ao PT. O ex-tesoureiro petista Jo�o Vaccari Neto, j� condenado a 15 anos de pris�o por corrup��o e lavagem de dinheiro, teria exigido propina para sua agremia��o em forma de doa��o eleitoral.
Segundo o delator, o lobista J�lio Camargo estava atrasando o pagamento de propina sobre contrato do navio-sonda Vit�ria 10000, da Petrobr�s. Camargo atuava como representante de multinacionais perante a Petrobr�s. Ele escancarou o cap�tulo relativo � propina do presidente da C�mara.
"J�lio Camargo come�ou a dizer que estava tendo dificuldade para disponibilizar dinheiro em esp�cie para pagar Eduardo Cunha; que, ent�o, o depoente (Fernando Baiano) sugeriu que J�lio Camargo fizesse uma doa��o oficial para Eduardo Cunha ou para o PMDB; que esta ideia em verdade partiu do pr�prio Eduardo Cunha", afirmou Fernando Baiano. "J�lio Camargo disse que n�o tinha como fazer a doa��o, em raz�o dos limites de faturamento/doa��o impostos pela legisla��o eleitoral."
Eduardo Cunha j� foi denunciado pela Procuradoria-Geral da Rep�blica, por corrup��o e lavagem de dinheiro. O presidente da C�mara defende enfaticamente o modelo de doa��o de empresas a campanhas pol�ticas.
Ainda segundo Fernando Baiano - condenado a 16 anos de pris�o por corrup��o e lavagem de dinheiro do esquema Petrobr�s -, em 2012, "que era mais uma vez ano eleitoral, Eduardo Cunha passou a pressionar o depoente para cobrar J�lio Camargo".
As revela��es de Fernando Baiano, divididas em v�rios depoimentos � Procuradoria-Geral da Rep�blica, confirmam os relatos anteriormente dados pelo lobista Camargo, que afirmou ter sido pressionado por Eduardo Cunha, em 2011, a pagar propina de US$ 5 milh�es. Segundo ele, as cobran�as "foram feitas em reuni�es pessoais com Eduardo Cunha".
Cunha negou reiteradamente o recebimento de propinas no esquema investigado. O PMDB afirma que jamais autorizou qualquer pessoa a agir em nome do partido.