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Estado de Minas

Delator afirma que Lula tratou com Bumlai contrato suspeito da Petrobras

Segundo Fernando Baiano, o encontro entre Lula e e o pecuarista Jos� Carlos Bumlai aconteceu no restaurante Tatini, no Jardim Paulista, em S�o Paulo


postado em 21/10/2015 07:37 / atualizado em 21/10/2015 08:01

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é alvo do delator Fernando Baiano, acusado de ser um dos principais operadores do esquema de corrupção na Petrobras(foto: Miguel Schincariol)
O ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva � alvo do delator Fernando Baiano, acusado de ser um dos principais operadores do esquema de corrup��o na Petrobras (foto: Miguel Schincariol)

S�o Paulo - Apontado pela for�a-tarefa da Opera��o Lava-Jato como um dos operadores de propinas no esquema de irregularidades na Petrobras, Fernando Soares, o Fernando Baiano, afirmou em sua dela��o premiada que o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva se reuniu com seu amigo, o pecuarista Jos� Carlos Bumlai, e com Jo�o Carlos Ferraz, ent�o presidente da Sete Brasil, para tratar de neg�cios relativos � estatal e investigados pela opera��o.

O encontro ocorreu no primeiro semestre de 2011, na sede do Instituto Lula, em S�o Paulo, e antecederam a cobran�a de R$ 3 milh�es por Bumlai para supostamente quitar d�bito de uma nora do ex-presidente. Segundo disse Baiano em dele��o, Bumlai o pressionou para receber esse valor e alegou que precisava saldar a d�vida imobili�ria de uma nora de Lula, mas n�o revelou o nome dela.

"Essa reuni�o (entre Lula, Bumlai e Ferraz) foi realizada em S�o Paulo no final do primeiro semestre de 2011", afirmou Fernando Baiano em seu termo de dela��o premiada fechado com a for�a-tarefa da Lava-Jato. Ferraz queria tratar de neg�cios intermediados por ele, em nome do grupo OSX, do empres�rio Eike Batista.

Ainda de acordo com Baiano, uma das reuni�es com a presen�a de Lula aconteceu logo ap�s um almo�o entre o pr�prio Baiano, Ferraz e Bumlai para tratar de contratos relativos � Petrobras. "Antes dessa reuni�o, o depoente (Baiano) encontrou Jo�o Carlos Ferraz e Bumlai. Esse encontro ocorreu em um restaurante italiano embaixo de um flat, onde almo�aram", registra o termo de dele��o.

Segundo o delator, o encontro aconteceu no restaurante Tatini, no Jardim Paulista, em S�o Paulo. "Bumlai orientou Jos� Carlos Ferraz sobre o que falar a Lula", revelou Baiano. "Depois Jos� Carlos Ferraz e Bumlai foram para a reuni�o com Lula e essa reuni�o ocorreu no Instituto Lula", afirmou ele.

Ferraz era ex-funcion�rio da Petrobras. Foi o primeiro presidente da Sete Brasil, empresa criada pela estatal com bancos e fundos de pens�o, para contrata��o de 28 navios-sonda pelo valor de US$ 22 bilh�es. Ferraz e outro ex-executivo da Sete Brasil, Eduardo Musa, confessaram em dela��o premiada que esses contratos envolveram propina de 1%. Parte abasteceu os cofres do PT, afirmou o ex-gerente de Engenharia da Petrobras Pedro Barusco.

'Velocidade'

"Ferraz disse que a reuni�o com Bumlai e Lula tinha sido muito boa", afirmou Baiano. O delator disse ainda que, segundo relatos de Ferraz, Lula teria falado em "dar mais velocidade" nos assuntos da empresa. "Ferraz disse que Lula foi bastante am�vel com ele e teria assumido o compromisso de ajudar a dar mais velocidade nos assuntos da Sete Brasil, para viabilizar uma consolida��o mais r�pida da ind�stria naval brasileira", registra a dele��o.

Segundo Baiano, Ferraz o informou que, em decorr�ncia da primeira reuni�o com Lula, foi agendado e, posteriormente, realizado um outro encontro, tamb�m no Instituto Lula, dessa vez, com a participa��o do presidente "do Sindicato da Ind�stria Naval, do Sindicato dos Trabalhadores da Ind�stria Naval ou algo do tipo".

Negocia��es

Fernando Baiano relatou em seu termo de dela��o que as negocia��es come�aram em 2011, depois de ele ter procurado Bumlai para ajudar a OSX a participar do pacote de contratos da Sete Brasil, que estava sendo fechado no in�cio da primeira gest�o Dilma Rousseff.

O delator afirmou que, em determinado momento, ainda em 2011, conversou com Bumlai sobre empecilhos para concretizar o neg�cio, que acabou n�o se concretizando. Ele entendia "ser necess�ria uma provid�ncia mais incisiva para concretiza��o da negocia��o". "O depoente considerava indispens�vel ‘um peso maior’ para que o neg�cio fosse ultimado", registrou a for�a-tarefa. Bumlai, ent�o, "ficou de acertar uma reuni�o entre Jo�o Carlos Ferraz e o ex-presidente Lula.". Segundo Baiano, como pagamento, Bumlai receberia metade da propina paga pela OSX.

Fernando Baiano disse que foi no decorrer dessas negocia��es da OSX com a Sete Brasil, intermediadas por Bumlai em contatos diretos com Lula, que, "em uma das visitas" do pecuarista, ele teria mencionado a necessidade de um "adiantamento na comiss�o que seria paga pela OSX". "Nessa reuni�o, Bumlai afirmou que precisava do dinheiro porque estava sendo pressionado para resolver um problema", disse Baiano. "Bumlai disse que estava sendo cobrado por uma nora do ex-presidente Lula para pagar uma d�vida ou uma parcela de um im�vel", relatou Baiano. Bumlai teria dito que "tinha ficado de resolver esse problema" e falou em uma d�vida de R$ 3 milh�es.

O delator afirmou ter dito a Bumlai que "n�o poderia ajudar com R$ 3 milh�es, mas que poderia contribuir com R$ 2 milh�es para resolver o problema". O valor, segundo ele, foi repassado para o pecuarista atrav�s da empresa de loca��o de equipamentos S�o Fernando, por meio da emiss�o de uma nota fiscal por servi�os n�o prestados. "O valor pago n�o foi o valor exato de R$ 2 milh�es.", disse Baiano.

Defesas

Procurada pelo jornal O Estado de S. Paulo, a assessoria do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva afirmou que ele n�o iria comentar "supostos trechos de documentos que est�o sob sigilo judicial".

"Reiteramos que o ex-presidente Lula nunca atuou como intermedi�rio de empresas em contratos, antes, durante ou depois de seu governo. Jamais autorizou que o sr. Jos� Carlos Bumlai ou qualquer pessoa utilizasse seu nome em qualquer esp�cie de lobby. N�o existe a d�vida de R$ 2 milh�es supostamente mencionada na dela��o", informou a assessoria do Instituto Lula.

A assessoria do pecuarista Jos� Carlos Bumlai tamb�m negou � reportagem as afirma��es feitas por Fernando Soares, o Fernando Baiano, em dela��o premiada: "A respeito das quest�es encaminhadas, insistimos que o empres�rio JCB (Jos� Carlos Bumlai) nunca atuou em nome de OSX ou de Fernando Baiano em quaisquer demandas, nem pediu dinheiro usando o nome do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva ou seus familiares, para beneficiar quem quer que fosse. Mais uma vez, informa��es j� contestadas por n�s s�o misturadas irresponsavelmente, na tentativa de criar novos fatos que, na pr�tica, n�o existem", diz o texto.

O jornal n�o conseguiu contato nessa ter�a-feira (20) com representantes da empresa OSX, que, em outras ocasi�es, negou irregularidades em seus neg�cios. O ex-presidente da Sete Brasil Jo�o Carlos Ferraz fechou acordo de dela��o premiada com a for�a-tarefa da Opera��o Lava-Jato. Ele tamb�m n�o foi localizado nessa ter�a-feira.


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