Bras�lia, 24/10/2015, 24 - Uma das contas secretas atribu�das ao presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi usada para bancar despesas de uma enteada do peemedebista, Ghabriela Amorim, filha da jornalista Cl�udia Cruz, atual mulher do deputado. A informa��o consta de extratos banc�rios remetidos pela Su��a ao Brasil e que embasam novo inqu�rito contra o deputado, em curso no Supremo Tribunal Federal.
Conforme os demonstrativos, US$ 52,4 mil foram transferidos da conta Kopec - aberta no Banco Julius Baer e que teria Cl�udia Cruz como benefici�ria final - para uma conta atribu�da a Ghabriela no banco ingl�s Lloyds TSB. Os repasses foram feitos entre 29 de agosto de 2008 e 7 de abril de 2009, mesmo per�odo em que ela estudou na Malvern School, escola de ingl�s no interior da Inglaterra. Numa rede social, a pr�pria Ghabriela informa ter feito curso na institui��o no per�odo dos dep�sitos. Da conta de Cl�udia tamb�m sa�ram US$ 8,4 mil para a Malvern, em 14 de maio de 2008.
O Estado identificou nos extratos pelo menos tr�s transfer�ncias para a enteada de Cunha, identificados como "nosso pagamento enviado para Ghabriela Amorim". O primeiro, de 8,9 mil libras, foi feito em 29 de agosto de 2008. Os outros foram de US$ 14,3 mil, em 6 de janeiro de 2009, e de US$ 14,9 mil de 7 de abril do mesmo ano.
A Kopec, uma das quatro contas atribu�das a Cunha e sua mulher, foi aberta em janeiro de 2008 e, conforme a Procuradoria-Geral da Rep�blica, servia para bancar despesas pessoais e de cart�o de cr�dito da fam�lia do deputado. Al�m do curso de Ghabriela, os recursos bancaram tamb�m aulas numa escola de t�nis e um MBA de Danielle da Cunha, filha do peemedebista, na Espanha.
Trust para filhos. Conforme os documentos remetidos pela Su��a � Procuradoria, Cunha justificou que pretendia fundar uma empresa "para os filhos" ao abrir uma outra conta banc�ria no exterior, em nome de terceiros.
O deputado consta como o benefici�rio final da conta Triumph, aberta em 2007 tamb�m no Banco Julius Baer, de Genebra. Contudo, em vez do dele, figurava como titular da conta a empresa Triumph SP, constitu�da dois anos antes em Edimburgo, na Esc�cia. Para abri-la, o peemedebista se valeu dos servi�os de um escrit�rio em Douglas, capital de Ilha de Man, para�so fiscal brit�nico.
Conforme os investigadores, a Triumph � o que se chama de "conta de confian�a", ou seja, movimentada por terceiros como forma de proteger uma pessoa "politicamente exposta".
O nome e a assinatura de Cunha aparecem em v�rios documentos internos do banco, o que, para a Procuradoria, comprova ser ele o verdadeiro benefici�rio dos recursos. Num dos formul�rios, que questionava o motivo de a conta n�o ser aberta em nome do deputado, a resposta foi que ele "desejava ter uma Trust para seus filhos".
Uma empresa de "trust" � usada para gerir bens e valores de terceiros. O patrim�nio � entregue a um agente para que ele o administre, por meio dessa empresa. O principal objetivo � fazer investimentos de forma an�nima.
Procurada ontem, a assessoria de Cunha n�o se pronunciou, justificando que ele n�o teve acesso aos documentos da investiga��o. O advogado do parlamentar, Antonio Fernando Souza, n�o atendeu �s liga��es da reportagem. Gabriella n�o respondeu a mensagem enviada ontem pela reportagem. As informa��es s�o do jornal
O Estado de S.Paulo