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Estado de Minas

Dois acusados da Chacina de Una� come�am a ser julgados hoje

Depois de adiamentos sucessivos, acontece nesta ter�a-feira mais uma tentativa de julgar os acusados de mandantes do crime ocorrido h� 11 anos


postado em 27/10/2015 08:22 / atualizado em 29/10/2015 10:13

Ver galeria . 4 Fotos Fiscais do Ministério do Trabalho fazem protesto com os próprios corpos, formando uma cruz, e pedindo justiçaPaulo Filgueiras/EM/D.A Press
Fiscais do Minist�rio do Trabalho fazem protesto com os pr�prios corpos, formando uma cruz, e pedindo justi�a (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press )

Come�am a ser julgados nesta ter�a-feira na sede da Justi�a Federal, em Belo Horizonte, dois dos r�us da Chacina de Una�, ocorrida em 2004 com o assassinato de tr�s fiscais e de um motorista do Minist�rio do Trabalho e Emprego. Norberto M�nica e Jos� Alberto Costa est�o entre os mandantes dos crimes que aconteceram na cidade do Noroeste de Minas. O julgamento era para ter come�ado na �ltima quinta-feira (22), depois de outros adiamentos anteriores, mas foi remarcado para hoje ap�s manobra da defesa dos acusados.

Na manh� desta ter�a-feira, advogados dos r�us disseram que n�o fizeram nenhuma tentativa de adiar o tribunal do j�ri marcado para hoje. O ministro do Trabalho e Emprego, Miguel Rosseto, est� na sede da Justi�a Federal, em Belo Horizonte, para acompanhar o julgamento.

Advogados de Norberto M�nica disseram tamb�m que os v�deos apresentados pelo Minist�rio P�blico e entregue na �ltima semana � Justi�a s�o for�ados, cheios de contradi��es e n�o t�m qualquer prova contra seu cliente. Os v�deos foram produzidos a partir de dela��o premiada de Hugo Alves Pimenta, um dos acusados de contratar os pistoleiros para matar os fiscais e o motorista.

Um dos acusados da Chacina de Unaí, José Alberto Costa, chegando para o julgamento desta terça-feira. Todos os acusados respondem ao processo em liberdade(foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)
Um dos acusados da Chacina de Una�, Jos� Alberto Costa, chegando para o julgamento desta ter�a-feira. Todos os acusados respondem ao processo em liberdade (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)

O advogado L�cio Adolfo, que representa Hugo Pimenta, rebateu os advogados de M�nica. Segundo ele, Pimenta n�o foi for�ado a fazer a dela��o. O advogado disse tamb�m ter acompanhado o depoimento do cliente ao Minist�rio P�blico Federal. "Pode haver contradi��es naturais de comunica��o. Isso � normal", afirmou a defesa do delator. O advogado n�o quis, no entanto, detalhar o teor dos v�deos. Adolfo disse apenas que Pimenta relata a participa��o de M�nica no crime. O julgamento de Pimenta est� marcado para o pr�ximo dia 10, em Belo Horizonte.

Ministro do Trabalho


O ministro do Trabalho e Emprego, Miguel Rosseto, disse que veio a Belo Horizonte em solidariedade aos familiares dos fiscais e motorita assassinados. O ministro disse que tem a expectativa que se fa�a justi�a com a condena��o de todos os respons�veis pela chacina.

De acordo com Rosseto, a puni��o exemplar deste crime � importante para preserva��o do respeito � legisla��o trabalhista, � vida, al�m de exemplo de recusa a qualquer tipo de viol�ncia.  Para o ministro, o julgamento de hoje vai recompor a id�ia de justi�a que  os brasileiros v�m pedindo. "Foi um crime (chacina) contra a autoridade brasileira", avaliou.

Rosseto disse tamb�m que o julgamento, com a condena��o dos re�s, contribui para coibir um "padr�o de viol�ncia inaceit�vel no pa�s do s�culo XXI". Por outro lado, ele admitiu que fiscais do trabalho convivem ainda hoje com situa��es de conflito em todo o territ�rio nacional.

Julgamento

O julgamento come�ou com o depoimento do delegado da Pol�cia Civil,  Wagner Pinto, que presidiu as investiga��es juntamente com a Pol�cia Federal. De acordo com ele, na apura��o do crime foram feitas intercepta��es de liga��es por telefone entre Norberto M�nica e Jos� Alberto Costa, que ajudaram a desvendar o crime.  

O delegado contou que Norberto M�nica chegou a amea�ar de morte um dos fiscais e que ele, Norberto, foi o 'cabe�a de toda essa trama criminosa'. Wagner Pinto tamb�m afirmou que as v�timas n�o tiveram chance de defesa quando o carro em que estavam foi bloqueado pelos pistoleiros, que dispararam v�rios tiros nas cabe�as dos tr�s fiscais e do motorista.

O delegado garantiu em seu depimento ao tribunal do juri que a ideia de  matar as v�timas partiu de M�nica e que a ordem foi dada por Jos� Alberto aos pistoleiros. Conforme a dela��o de Hugo Alves Pimenta, os irm�os Ant�rio e Norberto M�nica desembolsaram meio milh�o de reais  para pagar os pistoleiros da  Chacina de Una�.


Entenda o caso

A Chacina de Una� aconteceu em 28 de janeiro de 2004 e repercutiu mundialmente. Os auditores fiscais do Trabalho Erast�tenes de Almeida Gon�alves, Jo�o Batista Soares Lage e Nelson Jos� da Silva e o motorista Ailton Pereira de Oliveira foram mortos a tiros enquanto faziam uma fiscaliza��o de rotina na zona rural de Una�.


A Pol�cia Federal (PF) pediu o indiciamento de nove pessoas por homic�dio triplamente qualificado: os fazendeiros e irm�os Ant�rio e Norberto M�nica, os empres�rios Hugo Alves Pimenta, Jos� Alberto de Castro e Francisco Elder Pinheiro, al�m de Erinaldo de Vasconcelos Silva e Rog�rio Alan Rocha Rios, apontados como autores do crime, Willian Gomes de Miranda, suposto motorista da dupla de assassinos, e Humberto Ribeiro dos Santos, acusado de ajudar a apagar os registros da passagem dos pistoleiros pela cidade.

Um dos r�us, o empres�rio Francisco Elder, morreu no �ltimo dia 7, aos 77 anos. Apesar do crime ter sido cometido em 2004, os tr�s primeiros respons�veis pela chacina de Una� s� foram condenados em agosto de 2013. Erinaldo de Vasconcelos Silva recebeu pena de 76 anos e 20 dias por tr�s homic�dios triplamente qualificados e por forma��o de quadrilha, Rog�rio Alan Rocha Rios a 94 anos de pris�o pelos mesmos crimes e William Gomes de Miranda a 56 anos de reclus�o por homic�dio triplamente qualificado.


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