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Estado de Minas

PF busca elo entre mensal�o e Lava Jato em neg�cios da Schahin com amigo de Lula


postado em 28/10/2015 12:31

S�o Paulo, 28 - A for�a-tarefa da Opera��o Lava Jato apura se existe rela��o entre a suposta d�vida de R$ 60 milh�es da campanha de reelei��o do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, em 2006, com o Grupo Schahin e o empr�stimo de R$ 12 milh�es feito pelo banco do grupo, em 2004, para o pecuarista Jos� Carlos Bumlai - novo alvo das investiga��es, em Curitiba.

As apura��es partem da revela��o dos novos delatores da Lava Jato, o ex-gerente de Internacional da Petrobras Eduardo Musa e o lobista Fernando Baiano Soares. Segundo eles, contrato de US$ 1,6 bilh�o da estatal foi dirigido em 2011 para a Schahin, com intermedia��o de Bumlai e Baiano, como forma de compensar o grupo pela d�vida eleitoral.

A liga��o de Bumlai nesses dois epis�dios obscuros envolvendo as finan�as do PT e empresas do cartel acusado de corrup��o na Petrobras pode unificar dois dos maiores esc�ndalos das administra��es petistas, a Lava Jato e o mensal�o, avaliam investigadores do caso.

Um dos caminhos desse apura��o � um documento apreendido pela Pol�cia Federal, em mar�o do ano passado - quando foi deflagrada a Opera��o Lava Jato - no escrit�rio da contadora do doleiro Alberto Youssef, Meire Pozza.

� um contrato no valor de R$ 6 milh�es, assinado em 2004 entre a empresa 2S Participa��es Ltda., do publicit�rio Marcos Val�rio, e a Expresso Nova Santo Andr�, do empres�rio Ronan Maria Pinto, de Santo Andr�, investigado na morte do prefeito petista de Santo Andr�, em 2002, e a Remar Agenciamento e Assessoria.

No mesmo ano, 2004, o Banco Schahin concedeu um empr�stimo para Bumlai de R$ 12 milh�es. O pecuarista diz que o dinheiro seria usado para neg�cios na �rea rural. "Fiz um empr�stimo para meus neg�cios, meus agroneg�cios que envolvia R$ 12 milh�es. Isso a� j� serviu para tudo, para pagar aquele caso de Santo Andr�, para pagar n�o sei quem." O valor foi quitado.

Chantagem

O Minist�rio P�blico Federal sabia, desde 2012, da exist�ncia de um neg�cio que envolveria R$ 6 milh�es e os investigados do mensal�o. O publicit�rio mineiro Marcos Val�rio, operador de propinas no mensal�o, afirmou em tentativa de dela��o premiada naquele ano - quando seria condenado - que dirigentes do PT pediram a ele R$ 6 milh�es. O dinheiro seria destinados ao empres�rio Ronan.

Segundo Val�rio, isso serviria para que o empres�rio de Santo Andr� parasse de "chantagear" o ex-presidente Lula, o ent�o secret�rio da Presid�ncia, Gilberto Carvalho, e o ent�o ministro da Casa Civil, Jos� Dirceu - preso desde mar�o, pela Lava Jato, em Curitiba.

Ronan tentava relacionar Lula, Carvalho e Dirceu a suspeitas de corrup��o na cidade que teriam motivado o assassinato do prefeito Celso Daniel, em 2002 - a conclus�o da pol�cia paulista � de que ele foi v�tima de um crime comum, n�o pol�tico. Bumlai teria sido uma das pessoas que atuara nesse epis�dio de suposta compra do sil�ncio do empres�rio de Santo Andr�.

O empres�rio negou qualquer rela��o com o caso, e disse n�o conhecer nem Bumlai nem Marcos Val�rio.

Contrato confidencial

Dois anos depois das afirma��es de Val�rio, em dela��o que acabou n�o sendo fechada, o contrato dos R$ 6 milh�es da empresa do publicit�rio envolvendo empresa de Ronan foi apreendido no escrit�rio da contadora de Youssef durante as buscas da Lava Jato.

O material intitulado "Enivaldo confidencial" seria um contrato "referente a um propriet�rio de uma empresa de �nibus de Santo Andr�/SP" que era guardado a "sete chaves", contou Youssef em seu termo de dela��o 25, prestado em 26 de outubro de 2014.

"Enivaldo Quadrado disse que preparou a triangula��o de pessoas que figurariam em tal contrato", explicou Youssef. "O contrato foi feito entre a empresa de Marcos Val�rio, isto �, a 2S Participa��es Ltda, e uma outra empresa que Enivaldo indicou." A empresa, para os investigadores, � a Remar. Para isso, o ex-dono da B�nus-Banval "receberia dinheiro ou algum outro favor", contou.

Segundo o doleiro, quem pediu para que Enivaldo Quadrado fizesse o documento "era uma pessoa ligada ao Partido dos Trabalhadores - PT, chamada Breno Altiman".

Breno Altman � jornalista e consultor internacional, com rela��o pr�xima com o ex-ministro Jos� Dirceu. Ele nega qualquer envolvimento no caso e diz nunca ter visto Bumlai.

O doleiro disse que n�o poder especificar o tipo de chantagem estaria envolvida no esquema, mas que ela objetivava o sil�ncio em rela��o ao Caso Celso Daniel.

Contrato da Petrobras

As novas revela��es dos delatores Fernando Baiano e Eduardo Musa, feitas entre setembro e outubro, levaram os investigadores do MPF e da Pol�cia Federal a buscarem uma conex�o entre esses dois epis�dios suspeitos que tem como personagens Bumlai, o PT e os esquemas de corrup��o alvos da Lava Jato e do mensal�o.

Bumlai foi citado em depoimentos colhidos entre agosto e setembro pela for�a-tarefa da Lava Jato como intermedi�rio da Schahin, junto com o lobista Fernando Baiano, da contrata��o da empresa pela Petrobras em 2011, para opera��o do navio-sonda Vit�ria 10000. A contrata��o seria uma compensa��o pela d�vida do PT, por gastos na campanha de reelei��o de Lula.

Em 2012, quando tentou um acordo com a Procurador, dois anos antes da Lava Jato, Marcos Val�rio mencionou que, pelo empr�stimo dado ao pecuarista no epis�dio da chantagem contra o PT, a Schahin seria recompensada com contratos da Petrobras.

Defesas

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o pecuarista Jos� Carlos Bumlai negou qualquer envolvimento com pagamentos envolvendo chantagem e disse que sua rela��o com a Schahin foi legal.

Consultado, Ronan Maria Pinto disse aguardar "com tranquilidade as investiga��es que v�m sendo feitas no �mbito da Opera��o Lava Jato, e que devem encerrar de vez esse assunto em que toda hora tentam me envolver". O empres�rio disse que n�o conhece Jos� Carlos Bumlai, Marcos Val�rio e que "n�o tenho qualquer rela��o com esses fatos".

Breno Altman afirmou que n�o tem rela��o algum com os fatos e disse n�o conhecer o pecuarista Bumlai. Filiado ao PT desde a d�cada de 1980, Altman explicou que nunca foi da estrutura partid�ria.

O presidente nacional do PT, Rui Falc�o, disse que a hist�ria � "totalmente falsa, pois a suposta d�vida mencionada na dela��o nunca existiu. � mais uma mentira divulgada de maneira irrespons�vel, sem base em provas, na tentativa de comprometer o PT", afirmou. "A arrecada��o do partido sempre foi feita em obedi�ncia � lei, atrav�s de transa��es bancarias, todas elas declaradas � justi�a eleitoral", completou.


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